sexta-feira, 20 de maio de 2011

Zelaya quer voltar após quase dois anos

O ex-presidente José Manuel Zelaya planejava voltar a Honduras em 28 de maio, um mês antes do segundo aniversário do golpe de Estado que o derrubou, em 2009, informaram seus partidários à agência de notícias Associated Press.

Ele deve chegar em companhia de outros ministros de seu governo e do chanceler da Venezuela, Nicolás Maduro, disse o líder da oposição hondurenha, Juan Baharona.

Zelaya foi preso em casa e expulso do país em 28 de junho de 2009 depois de demitir o comandante das Forças Armadas, que se recusou a realizar um plebiscito sem aprovação do Congresso e da Corte Suprema.

Com Zelaya fora do país, tomou posse o presidente do Congresso, Roberto Micheletti.

Os outros países do continente reagiram, invocando a cláusula democrática da Organização dos Estados Americanos (OEA) repudiaram o golpe e exigiram e restituição do poder ao presidente deposto.

Depois de duas tentativas frustradas de voltar a Honduras, Zelaya entrou clandestinamente no país em 22 de setembro e se refugiou durante meses na Embaixada do Brasil em Tegucigalpa.

Uma missão negociadora da OEA liderada pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, negociou o Acordo de São José, mas Zelaya não tinha apoio no Congresso e na Corte Suprema para voltar ao cargo.

Honduras realizou eleições em 28 de novembro de 2009. Os Estados Unidos, o Panamá, o Peru e a Colômbia decidiram reconhecer a vitória de Porfirio Lobo, mas o Brasil e a maioria da América Latina rejeitaram o resultado, alegando que as eleições não tinham presididas pelo presidente eleito legitimamente.

O Brasil, a Argentina, a Venezuela e outros países latino-americanos exigem agora a anulação de todos os processos contra o presidente deposto para que ele possa voltar a fazer política em Honduras.

Desde o início de 2010, Zelaya está asilado na República Dominicana. No mês passado, todas as denúncias contra ele foram retiradas, abrindo o caminho para sua volta.

Só aí será possível avaliar o peso de Zelaya no futuro político do terceiro país mais pobre do continente.

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