quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Líbia tem segundo dia de protestos

Houve novos protestos e conflitos hoje em Bengazi, na Líbia, pedindo a queda do ditador Muamar Kadafi, no poder desde 1969.

Um vídeo colocado no YouTube mostrou a primeira manifestação contra Kadafi, realizada ontem, depois da prisão de um defensor dos direitos humanos. Pelo menos 40 pessoas saíram feridas. 

A União Europeia pede a Kadafi que autorize os protestos. Ele respondeu soltando cem presos de um grupo fundamentalista, na esperança de que isso esvazie o movimento oposicionista.

O governo organizou suas próprias manifestações em defesa da ditadura.

Kadafi liderou uma revolução anti-imperialista. durante a Guerra Fria e se tornou um arqui-inimigo do Ocidente. Impôs uma ditadura de partido único e está lá até hoje.

Em 14 de abril de 1986, depois de um atentado contra uma boate frequentada por soldados dos Estados Unidos na Alemanha, o então presidente americano Ronald Reagan ordenou um bombardeio aos palácio do dirigente líbio em Trípoli.

Com o declínio do nacionalismo pan-árabe e a ascensão do fundamentalismo islâmico, ele se reaproximou dos EUA e da Europa. Entregou dois agentes líbios para serem julgados pelo atentado contra o Jumbo da companhia aérea americana PanAm que matou 270 pessoas em 21 de dezembro de 1988, em Lockerbie, na Escócia.

Além do combate ao jihadismo, as potências ocidentais estavam de olho no petróleo da Líbia, um país rico, de apenas 6 milhões de habitantes. Mas a economia está estagnada, a corrupção é crônica e a juventude não tem esperança. Como Hosni Mubarak no Egito, Kadafi quer ser sucedido por um de seus filhos.

São os ingredientes que levaram às revoluções na Tunísia e no Egito. Na Líbia, assim como no Irã, a repressão deve ser violenta.

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