terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Kadafi declara guerra à revolta na Líbia

Em um discurso inflamado, o ditador da Líbia, Muamar Kadafi, acaba de convocar a população a sair às ruas e atacar os manifestantes que protestam há cinco dias, exigindo sua renúncia imediata.

Kadafi declarou que não vai renunciar porque não é presidente, mas um líder revolucionário. Ele acusou os rebeldes de serem drogados e fundamentalistas, e de quererem transformar o país num novo Afeganistão.

O ditador pediu a libertação de Bengázi, a segunda maior cidade do país, sob controle dos rebeldes desde ontem.

Agora, Kadafi lê seu Livro Verde e promete pena de morte para quem incitar à guerra civil ou "pegar em armas contra os líbios".

Em sua defesa, o ditador lembrou que o presidente da Rússia, Boris Yeltsin, bombardeou o Parlamento em 1993, indicando que está preparado para esmagar a rebelião. Também citou o ataque dos Estados Unidos contra a cidade de Faluja, no Iraque, em 2004, quando cerca de 600 pessoas foram mortas em vingança pela morte de quatro americanos.

"Quando Israel ataca os palestinos, ninguém os defende", alegou. "O mesmo grupo que destruiu o Iraque e a Somália agora quer tomar o poder na Líbia", acrescentou, referindo-se aos extremistas muçulmanos e à rede terrorista Al Caeda.

Todos os grupos devem organizar sua própria defesa, recomendou o ditador: "Precisamos tomar as ruas e fazer uma revolução popular. O poder popular e seus comitês de defesa da revolução devem organizar a juventude para defender a dignidade do país".

2 comentários:

Ayres Guerra Azancot de Menezes disse...

A América não tem que ditar a vida do mundo só porque ela tem uma postura de cowboy mundial a custa da pilhagem das riquesas dos outros povos e depois proclamando a democracia de terra queimada e deixando os outros paises dilacerados pela destruição que provoca a deriva como forma de vingança e humilhação.
Ela não tem que humilhar para ser humilhada.

Nelson Franco Jobim disse...

Não estou aqui para defender os sucessivos erros da política externa dos EUA. Mas, no caso da Líbia, Kadafi estava massacrando seu próprio povo.

Então, a intervenção militar foi justificada e teve a aprovação do Conselho de Segurança da ONU.