quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Grateful Dead dá lições de marketing

Maior banda da história do rock em shows, o Grateful Dead, liderado pela voz rouca de Jerry Garcia, é mais um símbolo da movimento hippie dos anos 60 elevado à categoria de modelo de negócios.

Acabam de sair em inglês As Lições de Marketing do Grateful Dead, de Brian Halligan e David Merman Scott. O livro mereceu uma generosa resenha no Financial Times, o principal diário econômico-financeiro europeu.

Ao permitir que seus fãs gravassem seus shows e as distribuíssem livremente, o Grateful Dead subverteu o modelo da indústria do disco. Antecipou-se assim à era do download grátis.

De 1965 a 1995, quando Garcia morreu, a banda fez até 200 concertos por ano nos Estados Unidos. Estive num deles, em Ventura County Fairgrounds, perto de Los Angeles, no verão de 1982.

Só dois discos de estúdio, American Beauty e Workingman's Dead, fizeram sucesso. Mas, como todos os fãs sabem, "não há nada como um concerto do Grateful Dead", ou simplesmente Dead, para os iniciados em uma das grandes idolatrias da religião do rock'n'roll.

Esse verdadeiro culto a Garcia, Bob Weir e o resto do grupo não veio de campanhas de marketing de gravadoras. O Dead nasceu na comunidade hippie da esquina das ruas Haight e Ashbury, o coração da contracultura dos anos 60 em São Francisco da Califórnia.

Sua lealdade com os fãs transformou seus concertos em verdadeiras peregrinações que logo tornaram a turnê anual do Grateful Dead no maior sucesso de bilheteria de concertos de rock nos EUA durante muitos anos. De 24 a 31 de dezembro, davam concertos grátis em São Francisco.

O livro destaca a importância da realização pessoal, de se fazer aquilo de que se gosta, e depois ver como é possível ganhar dinheiro com o que dá prazer.

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