quarta-feira, 19 de maio de 2010

UE tenta coordenar combate à especulação

Diante da reação negativa do mercado à proibição pela Alemanha de operações consideradas especulativas, os ministros das Finanças da União Europeia buscaram hoje retomar a coordenação no combate à crise das dívidas públicas de alguns países do euro: Grécia, Portugal, Espanha, Irlanda e Itália.

A ministra das Finanças da França, Christine Lagarde, foi especialmente dura, criticando a Alemanha por não ter consultado os aliados antes de tomar a decisão unilateral de proibir operações descobertas de venda curta (short selling) com títulos da dívida de alguns países, derivativos que funcionam como seguro dessas dívidas e as 10 principais ações da Bolsa de Valores de Frankfurt.

Na venda curta, o especulador toma emprestado um lote de ações ou títulos e vende imediatamente, apostando na queda do preço para recomprar os mesmos papéis por menos, pagar a dívida e reembolsar a diferença.

Foram proibidas as operações descobertas de venda curta, em que o especulador joga com promessas de comprar e não chega a ter em seu poder as ações e os títulos contra os quais aposta.

O resultado foi uma forte queda nas bolsas de valores, que começou ontem em Nova York e São Paulo e chegou hoje à Ásia e à Europa. A principal exceção foi Atenas porque a Grécia pagou uma parcela de 8,5 bilhões de sua dívida.

Na Romênia, pelo menos 20 mil pessoas marcharam nas ruas da capital, Bucareste, em protesto contra um corte anunciado de 25% nos salários do funcionalismo público e de 15% nas aposentadorias para que o país receba uma ajuda de 20 bilhões de euros, cerca de R$ 45 bilhões, do Fundo Monetário Internacional.

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