quarta-feira, 24 de março de 2010

Favela sul-africana se revolta contra miséria

A polícia da África do Sul deu tiros com espingarda de chumbinho para matar passarinhos para dispersar uma multidão que protestava contra a falta de transporte e saneamento básico numa favela da periferia de Pretória, a capital do país. Há uma expectativa de que esses protestos aumentem até o início da Copa do Mundo, em 11 de junho.

Centenas de moradores da favela de Phomolong bloquearam as ruas com pedras e pneus queimando. Foi um protesto para exigir melhora na infraestrutura das áreas mais pobres do país, uma promessa não cumprida desde a queda da ditadura da minoria branco há 16 anos.

Com tiros de chumbinho, a polícia conseguiu evitar que a multidão saqueasse lojas, mas não impede a revolta da mesma periferia que foi decisiva para derrubar o regime segregacionista do apartheid.


Os protestos tendem a aumentar à medida que a Copa do Mundo se aproxime.

A maioria dos negros sul-africanos reclama que a vida não melhorou desde que a maioria negra chegou ao poder com a vitória do Congresso Nacional Africano, de Nelson Mandela, em 1994, prometendo emprego, casa, saúde e educação para todos.

Apesar do forte crescimento até 2008, o desemprego continua acima de 20%. Milhões de negros ainda em favelas sem água, saneamento básico e eletricidade. Com a recessão do ano passado, o governo tem menos condições de atender às demandas sociais.

Um comentário:

Florent Guignard disse...

A vitória do Congresso Nacional Africano ocorreu em 1994 e não em 1996, não foi?