segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Obama pede reforma financeira neste ano

No aniversário do colapso do banco de investimentos Lehman Brothers, que deflagrou a pior crise econômica mundial em 70 anos, o presidente Barack Obama pediu ao Congresso dos Estados Unidos que aprove uma reforma da regulamentação do sistema financeiro até o fim do ano e ao centro financeiro de Wall Street que não faça oposição à mudança.

Em discurso em Nova York, Obama apresentou suas propostas para a reforma do sistema financeiro e apresentou seu diagnóstico sobre as origens da crise: “Fundamentalmente, foi falta de responsabilidade… em Wall St., em Washington e nos EUA como um todo."

O presidente dos EUA prometeu atacar o problema por todos os lados. Disse que os bancos tem uma dívida com o povo americano. Já pagaram US$ 70 bilhões dos empréstimos que receberam do Tesouro, com juros que teriam dado lucro ao povo americano, alegou Obama. As reservas alocadas pelo Tesouro para socorrer bancos e instituições financeiras foram reduzidas em US$ 200 bilhões, acrescentou.

"Estamos começando a voltar à normalidade", declarou Obama. Numa advertência ao centro financeiro da Wall Street, alertou que "alguns estão interpretando mal este momento. Nosso país esteve em perigo. Não vamos voltar ao comportamento irresponsável de antes."

Obama prometeu ao povo americano não usar mais dinheiro público para salvar bancos: "Não se pode mais assumir riscos sem pensar nas consequências. Vamos nos proteger contra o risco sistêmica com a mais ambiciosa reforma da regulamentação financeira desde a Grande Depressão" (1929-39).

Suas propostas incluem:
- a criação de uma agência para proteger o consumidor de produtos financeiros;
- a criação de um conselho de supervisão formado por reguladores para monitorar o risco no sistema financeiro;
- o aumento das exigências de capital dos bancos e empresas financeiras, para que tenham condiccões de enfrentar crises;
- o combate ao comportamento de risco; e
- acabar com os furos nas regulamentações nacionais e internacionais.

Existe nos EUA uma garantia dos depósitos populares em contas correntes, observou Obama, que permite a liquidação organizada de bancos comerciais. Mas não havia para bancos de investimentos como o Lehman Brothers ou seguradoras como a AIG, as instituições que deflagraram a crise.

Na questão internacional, disse que o Grupo dos Vinte (19 países mais ricos do mundo e a União Europeia) é o fórum ideal para reformar o sistema financeiro global porque tem um equilíbrio entre países ricos e em desenvolvimento.

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