quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Guarda Revolucionária do Irã ataca Khatami

O comandante da Guarda Revolucionária do Irã, Mohamed Ali Jafari, atacou ontem os reformistas que apoiaram as manifestações de rua contra a reeleição fraudulenta do presidente Mahmoud Ahmadinejad, em 12 de junho, especialmente o ex-presidente Mohamed Khatami, que acusou de querer derrubar o Supremo Líder Político e Espiritual, aiatolá Ali Khamenei.

Jafari alegou que Khatami teria dito em fevereiro: "Se Ahmadinejad perder, o Supremo Líder estará praticamente liquidado", como se o ex-presidente fizesse parte de uma conspiração.

Khatami apoiou a oposição, condenou o resultado oficial, pediu a anulação da eleição e a realização de outra. Ficou ao lado do ex-primeiro-ministro Mir Hussein Mussavi e do clérigo Mehdi Karrubi, dois candidatos derrotados que denunciaram uma fraude em grande escala para reeleger Ahmadinejad.

Khamenei apoiou Ahmadinejad, desmentiu as acusações de fraude, acusou a oposição de ser manipulada por potências estrangeiras e seus líderes pela onda de violência, promovida sobretudo pelos guardas revolucionários e sua milícia Bassij, responsável direta pelas maiores atrocidades.

Ahmainejad era um guarda. Sua ascensão ajudou a fortalecer a Guarda Revolucionária, principal sustentáculo do regime, que disputa o poder com os clérigos, sobretudo os reformistas, alvos de sua pregação para supostamente purificar a república islâmica.

Karrubi acusou a polícia de violar sexualmente jovens dos dois sexos detidos durante as manifestações. Um jovem que teria sido violentado desapareceu.

Os bassijis fizeram o trabalho duro e o jogo sujo de reprimir as manifestações pela democracia. A Guarda defende o expurgo dos reformistas.

Ao mesmo tempo, mais de 40 embaixadores foram afastados, supostamente por apoiar a oposição durante o tumultuado processo eleitoral iraniano. O Ministério do Exterior declarou serem mudanças de rotina para um país com representações diplomáticas em 130 países.

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