terça-feira, 24 de março de 2009

China quer moeda internacional de reserva

Em discurso traduzido para o inglês no site do Banco Popular da China, o banco central chinês, seu presidente, Zhou Xiaochan defendeu a criação de uma moeda internacional de reserva sob o controle do Fundo Monetário Internacional para substituir o dólar. Mas admitiu que uma reforma dessas do sistema financeiro internacional exige muito tempo.

Sem falar no dólar, Zhou declara que "a explosão da atual crise e seus efeitos no mundo nos levam a enfrentar uma questão antiga mas ainda não resolvida, que tipo de moeda internacional de reserva precisamos para garantir a estabilidade financeira global e facilitar o crescimento econômico mundial, que foi um dos propósitos da fundação do FMI?"

É um sinal de que a China pretende cobrar um preço, se o Grupo dos Vinte países mais ricos do mundo ou especialmente os países ricos do Grupo dos Sete (EUA, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá) quiserem que Beijim dê uma contribuição importante para reforçar o caixa do FMI.

Assim, o Fundo teria dinheiro para emprestar dinheiro a países em dificuldades. O Banco Mundial estima que os países em desenvolvimento podem ter um rombo de até US$ 750 bilhões.

Como o FMI tem US$ 250 bilhões, precisa de mais US$ 500 bilhões. O Japão e a Europa já ofereceram US$ 100 bilhões cada. Com US$ 1,95 trilhão, as maiores reservas cambiais do mundo, a China é forte candidata.

Onze dias atrás, o primeiro-ministro Wen Jiabao manifestou preocupação com a cotação da moeda americana, na qual está a maior parte das reservas chinesas.

Por enquanto, a China terá de continuar fazendo seu comércio exterior principalmente em dólares. Mas já deu sinais de que quer um peso político à altura de seu poderio econômico.

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