sábado, 21 de fevereiro de 2009

EUA retomam o diálogo com a Síria

Na próxima semana, um alto funcionário do Departamento de Estado vai se encontrar com o embaixador da Síria nos Estados Unidos, reiniciando o diálogo diplomático com Damasco, depois de quatro anos, como o presidente Barack Obama prometeu durante a campanha eleitoral.

O secretário de Estado adjunto para o Oriente Médio, Jeffrey Feltman,vai conversar com o embaixador Imad Moustapha, assim que este voltar de Damasco, onde acompanha uma delegação de deputados e senadores dos EUA.

Para o porta-voz do Departamento de Estado, Gordon Duguid, "é uma oportunidade para discutir nossas preocupações. Há diferenças muito grandes entre os dois governos". O governo americano acusa a Síria de apoiar grupos terroristas, tentar desenvolver armas atômicas, interferir nas questões internas do Líbano e de desrespeito aos direitos humanos fundamentais.

Na quinta-feira, 20 de fevereiro de 2009, a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) revelou ter descobertos traços de urânio num prédio em uma construção síria bombardeada por Israel em 6 de setembro de 2007 porque seria uma usina nuclear com um reator de grafite e tecnologia da Coréia do Norte.

A Síria nega que estivesse construindo uma instalação nuclear e atribui a presença do urânio às bombas israelenses.

Será um diálogo difícil mas fundamental para a paz no Oriente Médio.

Há um antigo ditado no Oriente Médio: "Não há guerra sem o Egito nem paz sem a Síria".

A ditadura síria apóia o Movimento de Resistência Islâmico (Hamas) palestino e a milícia fundamentalista xiita Hesbolá, no Líbano, dois grupos considerados extremistas e terroristas pelos EUA e a União Europeia. Usa esses grupos para boicotar um processo de paz que até agora não avançou em relação às Colinas do Golã, território sírio ocupado por Israel em 1967 e anexado em 1981.

É ainda aliada do Irã, o que convinha a um país que tinha Saddam Hussein como vizinho. Uma das supostas vantagens de uma reaproximação dos EUA com a Síria seria uma maneira de isolar o Irã.

Com mísseis de longo alcance, capacidade de lançar satélites e urânio suficiente para fazer uma bomba atômica, o Irã ganhou peso suficiente para ser considerada uma potência regional por seus próprios méritos.

Será, em princípio, o diálogo mais difícil para o governo Obama e a secretária de Estado, Hillary Clinton.

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