quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Britânicos desempregados já são 1,86 milhão

De agosto a setembro, 137 mil postos de trabalho foram extintos no Reino Unido, elevando o total de desempregados para mais de 1,864 milhão, 6% da força de trabalho do país.

No início dos anos 80, quando Margaret Thatcher começou a implantar suas reformas liberalizantes, o número de desempregados atingiu o recorde de 3 milhões. Caiu para menos de 1 milhão no governo Tony Blair, mas caminha rumo aos 2 milhões.

A economia britânica pode encolher até 4% em 2009 e a libra está perto de valor um euro.

Apesar de tudo, o primeiro-ministro Gordon Brown estaria inclinado a convocar eleições antecipadas para 4 de junho do próximo ano.

Hoje, Brown esteve no Iraque pela quarta vez como primeiro-ministro britânico. Em visita-surpresa, esteve com o primeiro-ministro Nuri al-Maliki e confirmou o fim da missão em 31 de maio próximo e a retirada total das forças britânicas do Iraque até julho de 2009. As datas se ajustam ao calendário eleitoral dos sonhos de Brown.

Pela lei, como os deputados britânicos têm mandato de cinco anos e as últimas eleições foram em 2005, o primeiro-ministro tem prazo até 2010. Como tem o direito de dissolver o Parlamento Britânico, renunciar e convocar eleições antecipadas, é costume escolher um momento que lhe seja politicamente favorável.

Extremamente impopular nas pesquisas de opinião, Brown cresceu como administrador da crise. Foi ministro das Finanças de Blair durante 10 anos. Presidiu ao momento de crescimento prometendo acabar com os ciclos de euforia e depressão que caracterizam a história econômica do país.

Mesmo assim, foi buscar no modelo sueco, usado contra uma crise bancária no país nórdico em 1991-91, a fórmula para combater a crise, investindo nos ativos dos bancos em dificuldades e assumindo a responsabilidade pelos passivos até que a situação se estabilize e o Estado possa sair do mercado financeiro.

Isso lhe valeu o elogio de "salvador do mundo", dado pelo economista Paul Krugman em sua coluna no jornal The New York Times. É como salvador do mundo que Brown pretende se apresentar ao eleitorado no meio da crise. Talvez seja forçado a mudar de idéia mais uma vez, na esperança de que a recuperação, em 2010, renda melhores frutos eleitorais.

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