sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Obama pede pressa com pacote de estímulo

Na sua primeira entrevista coletiva como presidente eleito dos Estados Unidos, o senador Barack Obama declarou que gostaria de ver um plano de estímulo econômico aprovado antes da sua posse, em 20 de janeiro. Suas prioridades serão a retomada do crescimento e do emprego. Nos dois últimos meses, a economia americana perdeu 524 mil empregos.

Obama falou no fim da tarde e fez questão de deixar claro que os EUA têm um só presidente de cada vez. Ele toma posse em 20 de janeiro e já conversou com todos os ex-presidentes vivos: Jimmy Carter, George Bush sr., George W. Bush e Bill Clinton. Na segunda, a família Obama será recebida na Casa Branca pelos Bush.

Depois de dizer que "uma crise global exige uma resposta global", o novo presidente americano afirmou que "a indústria automobilística é a espinha dorsal do setor manufatureiro dos EUA" e prometeu ajudar as fábricas de automóveis a se modernizarem e investirem em eficiência energética. Também ficou de garantir a estabilidade do mercado financeiro sem beneficiar os executivos responsáveis pela crise e ajudar os mutuários ameaçados de perder as casas que estão comprando.

O presidente eleito disse ainda que os EUA são um país forte, com grande capacidade de recuperação, e defendeu a aprovação de "um pacote de estímulo econômico antes ou depois da posse" para restabelecer a confiança do consumidor.

"Quero ver um pacote de estímulo aprovado logo", acrescentou, respondendo à primeira pergunta dos repórteres.

Como ele se comprometeu na campanha a negociar diretamente com inimigos dos EUA e recebeu uma carta do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, a próxima questão foi sobre como Obama pretende se aproximar do Irã: "Um Irã com armas nucleares é inaceitável. O Irã deve parar de apoiar o terrorismo. A carta de Ahmadinejad terá uma resposta adequada", respondeu o presidente eleito, com visível cautela.

Ele agradeceu o convite de Bush para visitar a Casa Branca e, reconhecendo a gravidade da situação econômica, reiterou o compromisso de tomar iniciativas bipartidárias: "O povo americano precisa de ajuda. A situação está mal. Precisamos fazer a economia avançar".

Ao contrário do que se esperava ontem, Obama não indicou nenhum novo nome para o futuro governo durante a entrevista coletiva, mas garantiu que terá "uma equipe de primeira". Já escolheu o chefe da Casa Civil da Casa Branca, o deputado Rahm Emanuel, conhecido pelo apelido de Rambo.

Sua indicação gerou protestos do Partido Republicano, que alegou que Rambo não é o nome ideal para incentivar ações bipartidárias.

Obama não quis comentar o primeiro relatório dos serviços secretos que recebeu como futuro presidente.

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