sábado, 18 de outubro de 2008

Paquistão prende 168 militantes extremistas

O Exército do Paquistão anunciou hoje a prisão de 168 militantes estrangeiros numa ofensiva contra o terrorismo dos fundamentalistas muçulmanos na região tribal junto à fronteira com o Afeganistão, onde se acredita que estejam refugiados os líderes da rede terrorista Al Caeda.

Sob intensa pressão tanto do terrorismo interno quanto dos EUA para combater os talebã paquistaneses, o Paquistão partiu para o ataque com força renovada depois do atentado contra o Hotel Marriot em Islamabad, a capital do país.

Vale lembrar que, diante da vantagem do senador Barack Obama na corrida à Casa Branca, alguns analistas já afirmam que a única chance do senador republicano John McCain seria algo espetacular como a captura ou morte de Ossama Ben Laden.

Os jihadistas estão em guerra contra o Estado paquistanês desde o ataque do Exército ao complexo da Mesquita Vermelha de Islamabad, em julho de 2007, quando pelo menos 154 pessoas morreram. Na propaganda dos extremistas, pelo menos mil companheiros foram mortos.

Desde então, eles cometeram atentados que mataram mais de 700 pessoas, inclusive a ex-primeira-ministra Benazir Bhuto. Contra todas as previsões, o viúvo, Assif Ali Zardari, acabou se tornando presidente do Paquistão. O atentado contra o Marriot seria para matar o presidente e o primeiro-ministro.

Na sua origem, o Paquistão é um país formado por muçulmanos que não queriam viver num país de maioria hindu, quando Índia e Paquistão se tornaram independentes do Império Britânico, em agosto de 1947. Desde então, os dois países travaram três guerras e disputam uma corrida nuclear.

Durante a Guerra Fria, a Índia era um país não-alinhado mas se aproximava mais da União Soviética em política externa, por sua postura antiimperialista. O Paquistão se tornou um aliado dos Estados Unidos, que apoiaram o golpe militar do general Zia ul-Haq.

A ditadura militar executou o ex-presidente e ex-primeiro-ministro Zulfikar Ali Bhutto, pai de Benazir, o líder político mais popular do país. Para se legitimar, o general Zia usou a religião como arma política, criando uma rede de escolas religiosas, as madrassás, onde só se estuda o Corão.

Quando a URSS invadiu o Afeganistão, em 26 de dezembro de 1979, o Paquistão se tornou a base de operações de uma aliança com os EUA, a Arábia Saudita e a China para apoiar a insurreição muçulmana contra a ocupação, armada e treinada pelos americanos.

Foi o Vietnã da URSS, que sairia derrotada 10 anos depois, por iniciativa de Mikhail Gorbachev. Mas desta luta nasceram Al Caeda e as milícias dos talebã, e um exército dos chamados árabes afegãos que levaram sua guerra santa a todos os países onde há conflitos envolvendo muçulmanos.

Em maio de 1998, tanto a Índia e o Paquistão testaram bombas atômicas.

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