sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Campos de refugiados são arrasados no Congo

As Nações Unidas denunciaram hoje que campos de refugiados do Leste da República Democrática do Congo foram saqueados, esvaziados e incendiados. Cerca de 50 mil pessoas foram expulsas.

Os campos foram atacados pela milícia rebelde Congresso Nacional pela Defesa do Povo, que alega proteger o povo tútsi da milícia responsável pelo genocídio de 800 mil pessoas em 1994 em Ruanda.

Hoje, os campos estavam vazios e arrasados. Alguns refugiados contaram que os rebeldes nos os deixaram fugir para Goma nem para o outro lado, no rumo norte. Cerca de mil cruzaram a fronteira com Uganda.

A vila de Kibumba está sob controle rebelde. Só a força de paz da ONU no Congo impede a queda de Goma, capital da província de Kivu do Norte.

Há dois dias, o líder rebelde, o general congolês renegado Laurent Nkunda, declarou um cessar-fogo, mas o enviado especial da ONU no Congo, Alan Doss, adverte que "é uma trégua frágil".

Com 17 mil soldados, a força de paz da ONU no Congo é a maior do mundo. Mesmo assim, se não receber reforços, será incapaz de conter os rebeldes.

Doss confia nas negociações entre os governos do Congo e de Ruanda, que apóia a milícia tútsi para combater no exterior os responsáveis pelo genocídio de 1994.

O líder rebelde também protesta contra um acordo de US$ 5 bilhões para que a China explore as riquezas minerais da região.

A situação em Goma é caótica. Os soldados do Exército congolês em fuga são acusados de saques, assassinatos e violência sexual. Rico em ouro, diamantes, nióbio, zinco, cobalto, cobre, estranha e manganês, o Congo é vítima de sua própria riqueza desde a exploração colonial pela Bélgica.

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