terça-feira, 23 de setembro de 2008

Ministros sul-africanos protestam contra golpe branco

Quatorze ministros da África do Sul descontentes com a renúncia do presidente Thabo Mbeki, forçado a deixar o cargo pelo partido do governo, pediram demissão ontem. Entre os demissionários, estão o ministro das Finanças, Trevor Manuel, e seu vice, o que deixa a maior economia africana sem comando.

É a pior crise política no país desde o fim do regime segregacionista do apartheid, em 1994. Mas o secretário-geral do Congresso Nacional Africano negou hoje que sua decisão de afastar o presidente eleito sete meses antes do fim do mandato tenha criado qualquer problema.

Por trás da decisão, está o novo presidente do CNA, Jacob Zuma, que derrotou Mbeki na disputa pela liderança do partido no final do ano passado. Zuma era vice-presidente e fora afastado por Mbeki por corrupção.

Quando a Suprema Corte anulou os processos de corrupção de pesavam sobre ele, e um juiz insinuou que o Executivo usou sua força política para denunciá-lo, Zuma partiu para dar o troco.

Foi um golpe de Estado branco. Para o arcebispo Desmond Tutu, ganhador do Prêmio Nobel da Paz 1984 pela luta contra o apartheid, ao colocar o partido na frente do Estado, o CNA transformou a África do Sul numa "república de bananas".

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