quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Equador não quer pagar o BNDES

Depois de ocupar militarmente as instalações da construtora brasileira Norberto Odebrecht e de proibir a saída de seus diretores do país, sob acusação de tentativa de suborno, o presidente do Equador, Rafael Correa, ameaçou hoje não pagar a dívida contraída com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiar a construção da hidrelétrica de São Francisco.

O governo equatoriano alega que a obra tem diversos problemas estruturais. A empresa os atribuiu a uma erupção vulcânica não-prevista pelo projeto do governo.

É mais um gesto prepotente e arbitrário da chamada esquerda revolucionária da América Latina, que pretende recriar o socialismo no século 21, sob a liderança do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. O discurso do presidente da Bolívia, Evo Morales, na Assembléia Geral da ONU, dizendo que se trava em seu país em embate entre capitalismo e socialismo, foi apenas mais uma declaração de princípios.

Correa está em plena campanha para o plebiscito do próximo domingo. Quer aprovar uma nova Constituição que amplia seus poderes. Em vez de recorrer à Justiça, como seria legítimo e democrático num Estado de Direito, para processar a empresa por suas supostas atividades ilegais e tentativas de suborno, preferiu jogar para as câmeras e para o eleitorado.

Sem querer criar uma crise internacional, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou em Nova Iorque, onde participa da reunião anual da Assembléia Geral das Nações Unidas, que acredita ser possível chegar a um entendimento numa conversa direta com Correa. O Itamaraty espera que a situação se acalme depois da votação no Equador.

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