sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Condoleezza Rice encontra Kadafi na Líbia

Depois de 55 anos, um chefe da diplomacia dos Estados Unidos visita a Líbia. É um marco na reaproximação dos dois países, grandes inimigos durante a Guerra Fria.

A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, chegou hoje a Trípoli, primeira escala de uma viagem pelo Norte da África. Ela foi recebida pelo ministro do Exterior líbio, Abdel-Rahman Chalgan. Em conversa com os jornalistas durante o vôo, Rice declarou que a visita indica que os EUA não têm inimigos permanentes.

O dirigente máximo da Líbia, Muamar Kadafi, era um dos arquiinimigos dos americanos durante a Guerra Fria, quando o presidente Ronald Reagan (1981-89) o chamou de "cachorro louco do Oriente Médio". A Líbia fica na região do Magreb, no Norte da África. Como é um país árabe e muçulmano, geopoliticamente é ligado ao Oriente Médio.

Kadafi era acusado de apoiar o terrorismo e de tentar desenvolver armas de destruição em massa. Depois de um atentado terrorista contra uma discoteca freqüentada por soldados americanos na Alemanha, Reagan ordenou o bombardeio da Líbia. Na noite de 14 para 15 de abril de 1986, o palácio de Kadafi foi atacado e uma filha adotiva dele morreu.

Em 21 de dezembro de 1988, um Boeing 747 da companhia aérea americana explodiu no ar sobre Lockerbie, na Escócia, matando 270 pessoas. As suspeitas iniciais recaíam sobre grupos palestinos apoiados pela Síria e o Irã. Mas dois agentes líbios foram acusados.

Os EUA só concordaram em reatar as relações diplomáticas depois que a Líbia concordou em indenizar os herdeiros das vítimas. Em troca, os EUA vão compensar a Líbia pelo bombardeio de 1986.

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