quinta-feira, 10 de abril de 2008

Iraque está no caos cinco anos após invasão americana

Cinco anos após a queda de Saddam Hussein, completados na quarta-feira, 9 de abril, os Estados Unidos estão presos num atoleiro no Iraque. Os três candidatos à Casa Branca gostariam de retirar os soldados americanos porque a guerra é impopular, mas o comandante militar americano no Iraque adverte que a situação é "frágil e reversível". Sair do Iraque poderia transformar o país num campo de batalha entre sunitas, inclusive os extremistas da rede Al Caeda, e xiitas apoiados pelo Irã.

A guerra, que seria vencida rapidamente por US$ 40 bilhões, com a reconstrução sendo financiada pelo petróleo iraquiano, teve seu custo estimado em US$ 3 trilhões pelo economista, ex-vice-presidente do Banco Mundial e ganhador do Prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz.

Pior do que uma ditadura como a de Saddam, é uma situação de total anarquia, de colapso do Estado e desintegração da lei e da ordem, o que leva a uma guerra de todos contra todos. É o resultado concreto da intervenção militar que o presidente George W. Bush declarou vitoriosa em 1º de maio de 2003, em triunfo, a bordo de um porta-aviões americano.

Ao interrogar o general David Petraeus no Congresso dos EUA, a senadora Hillary Clinton afirmou que o governo Bush sempre diz que está ganhando a guerra e que a vitória está na próxima esquina. Mas a guerra nunca chega ao fim.

Com a queda de Saddam, os EUA ganharam a guerra. Mas não souberam conquistar a paz. O general Colin Powell, na época secretário de Estado, advertiu. Com a derrubada do regime, os EUA seriam responsáveis por um país com 25 milhões de habitantes.

O governo Bush não tinha a menor idéia do que faria com o Iraque. Destruiu a máquina do Estado de Saddam e não construiu outra. Este é o primeiro fracasso. Com a estratégia de uma ofensiva rápida com um exército pequeno, o então secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, invadiu o Iraque com cerca de 300 mil homens, um contingente incapaz de policiar um país.

Pela total incapacidade dos EUA de governar um país árabe e de reconstruir o país, ou sequer de fazer o papel de polícia, o Iraque virou um caos, um país poroso por onde se infiltrou uma teia de grupos fundamentalistas muçulmano, o que não haveria na era Saddam.

Nenhum comentário: