quarta-feira, 30 de abril de 2008

Diretor da CIA: China não é "inimigo inevitável"

A China não será inevitavelmente um país inimigo dos Estados Unidos, afirmou hoje o diretor da Agência Central de Inteligência (CIA), almirante Michael Hayden, em palestra na Universidade Estadual do Kansas.

O diretor de serviço de espionagem da Presidência dos EUA falou sobre o que considera os maiores desafios ao país: a explosão demográfica, o crescente poderio econômico chinês e a relação difícil com a Europa.

Haydn previu um aumento de 45% na população mundial para cerca de 9 bilhões de pessoas até a metade do século 21, mas observou que parte desse crescimento vai acontecer em países da África, da Ásia e do Oriente Médio que não terão condições de sustentar populações maiores. Serão focos de crises.

Na visão do diretor da CIA, haverá migrações em massa para países ricos e um esgotamento de recursos. Esses dois fatores vão aumentar o risco de violência, agitação política e extremismo.

A China vai competir econômica e politicamente com os EUA. Mas isso não implica necessariamente que os dois países serão inimigos. O regime comunista chinês está modernizando suas Forças Armadas, desenvolvendo a capacidade de .

"Se a China começar a aceitar maior responsabilidade pela saúde do sistema internacional - como devem ter todas as potências globais -, continuaremos pelo caminho construtivo, ainda que competitivo", declarou o almirante.

O mundo mudou com o fim da Guerra Fria. Para Haydn, a aliança com a Europa perdeu o sentido que tinha "numa época em que os EUA dominavam o mundo política, econômica e militarmente".

As diferenças estão no combate ao terrorismo e na guerra do Iraque, ainda que neste caso a posição da ala liberal do Partido Democrata esteja mais próxima da européia. Na opinião de Haydn, "a Europa sentem a ameaça do terrorismo; os EUA estão em guerra contra o terrorismo". Para a Europa, é uma "questão interna, de segurança pública", um caso de polícia.

"Neste novo século, o mundo será muito mais complexo, e a capacidade de influenciar de outros Estados nacionais e de atores não-estatais vai crescer".

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