quarta-feira, 26 de março de 2008

Sarkozy quer Brasil, Índia e China no G-8

Em discurso no Parlamento Britânico, durante uma visita de Estado ao Reino Unido, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, prometeu mandar mais soldados para o Afeganistão e defendeu a ampliação do Grupo dos Oito (maiores potências industrias democráticas: EUA, Japão, Alemanha, Grã-Bretanha, França, Itália, Canadá e Rússia), alegando que não se pode resolver os problemas globais sem a China, a Índia e o Brasil.

Sarkozy chegou acompanhado de sua nova mulher, a ex-modelo e ex-namorada de Mick Jagger Carla Bruni. Os tablóides, tradicionalmente de um nacionalismo chauvinista, estamparam fotos eróticas e nus de Madame Sarkozy sob títulos como "Esta é a Carla Bruni que a rainha não vai ver".

Depois do casal ser recebido pela rainha no Castelo de Windsor pela manhã, o presidente francês falou no Palácio de Westminster à tarde.

O chefe de Estado francês começou elogiando o primeiro de todos os parlamentos, uma lição para o mundo inteiro, a origem da democracia parlamentarista.

"É uma honra falar aqui", declarou Sarkozy, herdeiro de Napoleão Bonaparte e do general Charles de Gaulle. "Acredito na força da política para melhorar e modelar o futuro das pessoas".

Seguiu elogiando seus anfitriões: "A força do povo britânico vem da liberdade. Vocês preparados para pagar o mais caro dos preços para defendê-la. Derrotaram a Invencível Armada e outros desafios. Vocês acreditam em vocês. A Batalha da Inglaterra é outro exemplo da luta pela liberdade de espírito, o som e a fúria do Reino Unido. Vocês são verdadeiros consigo mesmo."

A História de mil anos que une a Inglaterra à França desde a invasão normanda de Guilherme o Conquistador, em 1066, até a invasão da Normandia, em 6 de junho de 1944, início da libertação da França na Segunda Guerra Mundial.

"Milhares de britânicos ajudaram a libertar a Europa", acrescentou. "Às vezes, ficamos uns contra os outros porque somos parecidos, temos os mesmos ideais humanos e politicos. Ambos cimentaram a visão de Estados Nacionais e são as melhores encarnações da Europa."

Inimigas durante séculos, a França e a Grã-Bretanha já tinham lutado juntas contra a Rússia na Guerra de Criméia (1854). Em 1905, formaram a Entente Cordiale, que o presidente francês sugeriu mudar de nome para Entente Amicable.

"Temos uma eterna dívida de gratidão", emocionou-se Sarkozy. "A França jamais se esquecerá que os britânicos receberam De Gaulle e a França Livre, e que jovens britânicos lutaram para libertar a França."

Falou, então da proximidade cada vez maior dos dois países e da grande quantidade de franceses que mora no Reino Unido: "Londres é a sétima maior cidade da França".

A União Européia é, para Sarkozy, o instrumento ideal para tratar de questões como a mudança do clima, energia e imigração. "Podemos trabalhar juntos na UE para garantir que a UE tenha um papel central na aprovação de um acordo pós-Protocolo de Quioto."

O líder francês foi recebido num jantar de gala oferecido pela rainha na maior mesa do mundo, no Castelo de Windsor. Ainda teve tempo para discutir comércio internacional, a política agrícola comum de subsídios da UE e a Rodada Doha de liberalização do comércio internacional.

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