sábado, 8 de dezembro de 2007

Fantasmas do passado ainda assombram Ásia

Em 2005, houve as maiores manifestações antijaponesas na China. “Mais de 70% dos chineses não gostam do Japão, odeiam o Japão. A hostilidade é maior entre as novas gerações do que entre os velhos”, notou o professor Yukio Okamoto, assessor do governo japonês, em palestra na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro, na quarta-feira, 5 de dezembro.

“É uma questão de educação. Eles dizem que o Japão matou 20 milhões de chineses na Segunda Guerra Mundial. Não sei quantos milhões foram. São atrocidades do passado. Temos de olhar para o futuro”, disse o professor, em tom conciliatório.

“Para muitos japoneses, a guerra começou em 8 de dezembro de 1941”, dia do ataque à frota americana no Oceano Pacífico, em Pearl Harbor, no Havaí, no horário japonês.

“O Japão foi severamente punido e penalizado”, recorda o assessor governamental. “Em Tóquio, 100 mil pessoas foram mortas em uma noite de bombardeio americano, um recorde mundial. Sessenta e seis cidades japonesas foram arrasadas. Mais de 800 mil civis e 2,4 milhões de soldados foram mortos. Essa é a percepção do povo japonês sobre a guerra.”

“Temos de entender a realidade. A guerra com a China começou em 1931, quando o Exército do Japão explodiu a Ferrovia da Mandchúria”, ocupou essa região e impôs o regime-fantoche de Mandchukuo. Em 1937, o incidente da Ponte Marco Pólo marca o início da guerra no resto da China, embora o Japão já tivesse invadido outras regiões a Oeste de Beijim.

“Para os chineses, eles sustentaram a guerra de 1931-41, e aí entraram os EUA. Nos anos anteriores, o Japão era o agressor; a China, a vítima”, resume o professor.

Na sua opinião, “nenhum incidente ou batalha isolada de que o Japão tenha participado poderia ter mudado a História de Segunda Guerra Mundial. Estava encrustrado no pensamento militar japonês que a única maneira de um pequeno país formado de ilhas sobreviver era se tornar um Estado continental.”

Resultado: “Não ensinamos a nossas crianças o que fizemos na China. A História do Japão não conta nada disso, aprofundando o fosso entre China e Japão, especialmente entre os jovens.

Como o próximo Congresso do Partido Comunista Chinês será em 2012, os atuais líderes ficam o cargo pelo menos até lá. Será a sexta geração de líderes da República Popular da China. É preciso se entender com eles. É um dos objetivos prioritários do governo Fukuda, que abandona definitivamente a hostilidade de Koizumi.

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