sexta-feira, 21 de dezembro de 2007

Força dos emergentes segura crescimento mundial

Uma das grandes novidades do cenário internacional que só tende a se reafirmar em 2008 é a força das economias emergentes.

“Há um aspecto muito interessante”, nota Wrobel, que indica uma mudança estrutural na economia internacional. “É possível prever que o impacto de uma recessão nos países ricos será muito menor do que no passado”, por causa do dinamismo das economias emergentes.

“Boa parte do crescimento da China, da Índia e do Brasil se deve à expansão do mercado interno”, analisa o assessor da embaixada brasileira em Londres.

Nos últimos, a China e a Índia incorporaram centenas de milhões de pessoas ao mercado consumidor. Aqui, no Brasil, 20 milhões saíram das classes D e E por causa do crescimento econômico e dos programas sociais do governo Lula.

“Isto cria uma dinâmica interna: são produtos de baixa tecnologia com uso intensivo de mão-de-obra”, o que gera empregos, aumento da renda e mais consumo, num ciclo virtuoso.

Já a Rússia é hoje “uma grande potência energética”. Mesmo que o preço do petróleo caia um pouco, não deve cair muito. Depois da caótica era Boris Yeltsin (1991-1999) e do colapso econômico de 1998, com a alta do petróleo, sob a presidência de Vladimir Putin (1999-2008), “a Rússia conseguiu uma certa estabilidade. Tem investimento e consumo”. Voltou a ser um ator internacional importante, com sérias críticas ao Ocidente e duras críticas à independência do Kossovo.

Apesar da derrota da CPMF, o Brasil teve um grande aumento de arrecadação. Deve crescer 5% este ano. Pelas previsões do economista José Márcio Camargo, professor da PUC-Rio e sócio da consultoria Tendências, fica em 4,5% em 2008, por conta da desaceleração americana. Na opinião de Wrobel, “dá para acomodar a perda de R$ 40 bilhões de receita”.

Para não pintar um quadro otimista demais, é bom lembrar que os chineses não acreditam que sua economia possa se descolar dos EUA. Uma queda de um ponto percentual no produto interno bruto dos EUA causaria uma queda de até 6% na produção industrial chinesa.

Mas a realidade é que o mundo confia cada vez mais na China como pólo gerador de riqueza e nova locomotiva da economia internacional.

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