quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Ben Laden incita a derrubar o "infiel" Musharraf

Em nova mensagem de vídeo, o terrorista mais procurado do mundo, Ossama ben Laden, incita os seguidores de sua corrente islâmica a derrubar o ditador-presidente do Paquistão, general Pervez Musharraf, que denunciou como "infiel".

"Nós, da organização Al Caeda [A Base], invocamos a Deus como testemunha de que vamos retaliar pelo sangue de... Abdul Rachid Ghazi e daqueles que junto com ele se rebelaram contra Musharraf e também os que os ajudaram, e por todo o sangue puro e inocente derramado", declarou o terrorista saudita.

Mais de 100 seguidores de Ghazi foram mortos pelas forças de segurança paquistanesas em julho passado no ataque ao complexo da Mesquita Vermelha (Lal Masjid), que incluía uma escola islâmica (madrassá).

"Então, Pervez, seus ministros, soldados e aqueles que os ajudaram são todos cúmplices de derramar o sangue de muçulmanos. Quem o ajuda sabendo e por vontade própria é tão infiel quanto ele", acusou Ben Laden.

"É obrigação de todos os muçulmanos no Paquistão fazer a guerra santa (jihad) para derrubar Pervez, seu governo, seu Exército e aqueles que o apóiam".

A gravação divulgada na Internet tem 23 minutos e traz legendas em inglês.

Como é o único país muçulmano com armas nucleares, o Paquistão é um país-chave na luta dos Estados Unidos contra o terrorismo dos fundamentalistas muçulmanos, o jihadismo. O sonho de Ben Laden é ter acesso às bombas atômicas paquistanesas.

Mais cedo, fora difundida uma mensagem de áudio do número dois da rede terrorista, o médico egípcio Ayman al-Zawahiri, para celebrar mais uma vez o aniversário dos atentados de 11 de setembro: "Levante-se, nação do Islã, sob a vitoriosa bandeira do profeta e entre na luta contra o cruzado Bush", bradou o lugar-tenente de Ben Laden.

"Vamos em frente com os mujahedin, lhes dêem armas, os apóiem, os defendam e não sejam intimidados pelo poder da América, que aqueles dois ataques abençoados revelaram tratar-se de um poder de fogo e aço, sem fé, nem moral, nem princípios", vociferou.

Zawahiri convocou para a luta e elogiou as ações de grupos terroristas ligados a Al Caeda no Afeganistão, no Norte da África, na Somália, na Chechênia e no Iraque.

"Que o Exército do Paquistão saiba que a morte de Abdul Rashid Ghazi e seus alunos, e a demolição de sua Mesquita Vermelha... mergulhou o Exército do Paquistão em uma vergonha... que só pode ser lavada por retaliação."

O subcomandante convocou seus jihadistas para retomar o reino de Al Andaluz, incitando os muçulmanos do Magrev, região do Norte da África, a reinstaurar o império muçulmano criado pela invasão da península Ibéria no século 9, que durou até 1492; a atacar as forças de paz da União Africana e das Nações na província sudanesa de Darfur, onde milícias leais ao governo mataram 200 mil pessoas e colocaram 2 milhões em fuga nos últimos quatro anos.

Nenhum comentário: