domingo, 30 de setembro de 2007

Cristina Kirchner tem 28 pontos de vantagem

A quatro semanas da eleição presidencial na Argentina, a senadora e primeira-dama Cristina Fernández de Kirchner, da Frente para a Vitória, lidera as pesquisas de opinião, com 39,8% das preferências dos eleitores. Ela está 28,1 pontos percentuais à frente da segunda colocada, a esquerdista Elisa Carrió, da Coalizão Cívica, com 11,7%, o que indica que Cristina pode vencer no primeiro turno.

Na pesquisa divulgada neste domingo no jornal La Nación, o ex-ministro da Economia Roberto Lavagna é o terceiro, com 7,9%, seguido pelo dissidente peronista Alberto Rodríguez Saá, com 5%. Outro ex-ministro da Economia, Ricardo López Murphy, tem 2,3% e o cineasta Pino Solanas aparece com 1,2%.

Enquanto 22,7% se declararam indecisos, 6,4% garantiram que votarão em branco em 28 de outubro.

sábado, 29 de setembro de 2007

Empresas de petróleo ignoram boicote a Mianmar

Apesar da truculência da ditadura militar que desgoverna Mianmar desde 1962, as companhias de petróleo formam fila para entrar no país e explorar seus recursos energéticos, como gás natural e petróleo.

No domingo passado, os protestos já tinha mais de um mês. Começaram quando o regime cortou subsídios ao consumo de combustíveis, aumentando o preço do gás natural em 500% e o de outros produtos, como óleo de cozinha, em 35%. Isso não impediu que o ministro do Petróleo da Índia, Murli Deora, fosse a Mianmar assinar contratos de exploração de gás natural e petróleo.

A assinatura dos acordos no momento em que os monges budistas saíam às ruas para lutar pela democracia mostra a importância das reservas birmanesas de gás natural e petróleo num mundo em crescimento cada vez mais sedento de energia.

O maior parceiro da ditadura birmanesa é a ditadura militar chinesa, sempre temerosa de que um solavanco no crescimento econômico ameace seu controle sobre o país.

Assim, diversas empresas da Ásia e da Europa fazem fila para entrar na antiga Birmânia. As empresas Total, da França, e Petronas, da Malásia, exportam gás através de um gasoduto que segue pela costa do país até a Tailândia. Por ali, passam 90 das exportações de gás birmanesas.

As reservas comprovadas de gás natural de Mianmar eram de 19 trilhões de metros cúbicos no final de 2006, as terceiras maiores do mundo. É apenas 0,3% das reservas mundiais. Com o contrato de exportação via Tailândia, o país tem uma renda garantida de US$ 2 bilhões anuais pelos próximos 40 anos.

Isto mostra o potencial de Mianmar", observa Kang Wu, professor convidado do Centro Leste-Oeste da Universidade do Havaí.

Ao todo, nove companhias de petróleo estrangeiras exploram petróleo em 16 áreas em terra, inclusive na recuperação de antigos campos de produção desativados. No mar, há nove companhias, inclusive Total, Petronas, PTTEP, a sul-coreana Daewoo e as estatais chinesas China National Offshore Oil Corporation e China Petroleum & Chemical Corporation, explorando 29 blocos.

Apesar das sanções dos Estados Unidos e da União Européia, a Total continua operando o campo de Yadana e a Chevron tem uma participação de 28% desde que comprou a Unocal. Os investimentos preexistentes não estão sujeitos a sanções.

Presidente afegão quer negociar com Talebã

Apesar de um atentado suicida que matou 27 soldados do Exército do Afeganistão, o presidente Hamid Karzai declarou hoje estar disposto a negociar com a milícia dos Talebã (Estudantes), que dominou o Afeganistão de 1996 até a intervenção militar americana, em 2001, para vingar os atentados de 11 de setembro.

Karzai quer não apenas se reunir com o mulá Mohamed Omar, líder máximo dos Talebã. Oferece um cargo de vice-ministro para atrair os rebeldes para o governo.

"Se um grupo de talebã ou um certo número de talebã vier a mim e me disser: 'Presidente, nos queremos um departamento neste ou naquele departamento, ou queremos um posto de vice-ministro, para acabar com a luta armado', se me fizer tal reivindicação ou pedido, aceitarei, porque quero o fim dos conflitos e combates no Afeganistão", afirmou Karzai. "Eu lhes daria um cargo."

América Latina enfrenta desafio da criminalidade

A maior ameaça à segurança da América Latina vem de uma subclasse social de marginais que travam uma guerra difusa, de baixa intensidade, mas cada vez mais violenta, contra qualquer tentativa do Estado de enquadrá-los.

Durante a Guerra Fria, observa o ex-comandante da guerrilha salvadorenha Joaquín Villalobos em artigo no jornal espanhol El País, haviana região um conflito com o terrorismo de Estados ditadoriais, de um lado, e a violência revolucionária da guerrilha, do outro.

Para entender o conflito atual, Villalobos recorre ao livro New and Old Wars (Novas e Velhas Guerras), da socióloga Mary Kaldor, professora da London School of Economics. Os novos conflitos no mundo pós-Guerra Fria são uma "mistura de guerra, crime e violações de direitos humanos".

O conceito serve para as guerras na antiga Iugoslávia, em Ruanda, no Congo, no Afeganistão, no Iraque, na Al Caeda e nos conflitos sociais latino-americanos. Nessa guerra pós-moderna, a violência é fragmentada, multidirecional, sem regras nem propósito claro, e sustentada por uma economia informal e criminosa, constata o ex-comandante da Frente Farabundo Martí de Libertação Nacional (FMLN), de El Salvador, na América Central.

É algo assim como a guerra de todos contra, o mundo anárquico descrito por Thomas Hobbes no clássico Leviatã, em que a vida seria "detestável, brutal e curta".

Como resultado, não há a vitória de um grupo, acrescenta Villalobos, "mas a fragmentação da sociedade e a privatização da violência, com a perda do monopólio da violência pelo Estado. É uma luta entre o mundo cosmopolita da tolerância e do civismo contra extremismos violentos movidos por interesses religiosos, étnicos, nacionalistas ou simplesmente delinqüente".

Na América Latina, não há conflitos étnicos e religiosos, prossegue o ex-líder guerrilheiro salvadorenho, mas há o que pode ser descrito como "uma guerra civil continental contra o crime organizado, as gangues urbanas, a delinqüência e a violência social. A produção e o tráfico de drogas estão ligados à globalização cosmopolita, mas nos nossos países geram uma fragumentação social. Diversos grupos armados tentam cooptar e corromper as instituições, dominar territórios e controlar a população, os mercados e as estradas. Este fenômeno supera en extensão às insurgências políticas do tempo da Guerra Fria e, em distintas proporções, afeta a todos os países".

Esse conflito se desenvolve em terra, mar e ar, "tentando recuperar o controle de fronteiras, mares, instituições, costas, cidades e selvas que tenham caído nas mãos dos delinqüentes", nota o ex-guerrilheiro, que hoje assessora o governo mexicano no combate ao tráfico de drogas.

"O Brasil está em guerra contra quadrilhas que dominam grandes zonas urbanas. Guatemala e Honduras estão fragmentadas por máfias poderosas. A costa atlântica da Nicarágua é um narcoterritório. A Colômbia enfrenta guerrilheiros de esquerda e paramilitares de direita que agora são narcotraficantes. Em El Salvador as gangues superam em número a guerrilha dos anos 80. O México tem seis estados em situação de emergência, sob intervenção de forças federais. E o maior perigo da transição cubana não é uma guerra civil mas impedir que o crime organizado tome o controle da ilha", adverte Villalobos.

A violência política era um instrumento da transformação social, da luta por liberdades duramente conquistadas. Hoje a lumpenização da violência tira a legitimidade do uso da força na luta política, entende o ex-guerrilheiro. Restam alguns grupos em que, na opinião de Villalobos, "velhos e frustrados ideólogos de esquerda" promovem uma violência executada por jovens ativistas que atuam com a violência dos criminosos.

Ao estimular a violência nas ruas e deslegitimar as democracias nascentes, essa esquerda pseudo-revolucionária multiplica e impunidade e a insegurança. A desordem generalizada ajuda as gangues de criminosos e coloca o clamor por segurança acima das reivindicações sociais. É a receita, teme Villalobos, para a volta dos autoritarismos linha-dura.

"A esquerda necessita hoje mais do que nunca de paciência, paz e legalidade", conclui o ex-comandante da FMLN. "O romantismo guerrilheiro da velha esquerda agora é reacionário. O maior perigo para os novos 'combatentes' da esquerda não é morrer como mártires ou heróis, é acabar como mafiosos ou terroristas."

sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Ditadura corta internet e birmaneses desafiam polícia

Depois de prender 800 monges para tentar impedir as manifestações de protesto de ontem, hoje a ditadura militar de Mianmar, a antiga Birmânia (nome preferido pela oposição) cortou o acesso à Internet em todo o país para evitar a distribuição de imagens feitas em câmeras de telefones celulares. A polícia voltou a atirar nos manifestantes e a ditadura admitiu que houve dez mortes.

Ao mesmo tempo, aumenta a pressão internacional para evitar um novo banho de sangue como o de 1988, quando 3 mil pessoas foram mortas pelas forças de segurança. Desde a morte, ontem, de um fotógrafo japonês, o Japão exige uma investigação oficial.

Strauss-Kahn é escolhido para dirigir o FMI

O ex-ministro das Finanças da França Dominique Strauss-Kahn foi oficialmente escolhido hoje para substituir no final do mês o atual diretor-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), o ex-ministro das Finanças da Espanha Rodrigo Rato. Seu desafio será adaptar o FMI ao mundo globalizado.

Hoje, com países da América Latina como Brasil e Argentina pagando suas dívidas antecipadamente, o FMI tem poucos clientes e os países-membros da Ásia, África e América Latina não entendem a regra não-escrita que estabelece que o diretor-geral será sempre europeu, cando aos americanos a presidência do Banco Mundial, um acordo feito quando essas instituições foram criadas, no fim da Segunda Guerra Mundial.

A reforma do FMI deve começar por aí. O direito de voto também deve ser reexaminado. Mesmo que os EUA detenham oficialmente apenas 18% das cotas do Fundo, ele é considerado por muitos um instrumento da política econômica externa americana.

Strauss-Kahn, que se apresentava como candidato a liderar a renovação do Partido Socialista francês, depois de perder a candidatura presidencial para Ségolène Royal, foi indicado para o cargo pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, que afastou assim um inimigo em potencial.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Segurança da fronteira EUA-Canadá é fraca

Um grupo de agentes americanos atravessou sem problemas a fronteira dos Estados Unidos com o Canadá levando uma maleta que poderia conter material radioativo, revela um relatório do Escritório de Prestação de Contas do Governo (Government Accountability Office, GAO), órgão do Congresso.

"Nosso trabalho mostra claramente vulnerabilidades substanciais na fronteira norte para a entrada clandestina nos EUA de terroristas e criminosos", declarou Greg Kutz nesta quinta-feira na Comissão de Finanças do Senado. "Embora a fronteira sul pareça significativamente mais segura, identificamos diversas vulnerabilidades em terras federais onde não há aduana e patrulha de fronteira".

Venda de casas novas cai 8,3% nos EUA

A venda de imóveis residenciais novos caiu 8,3% no mês passado nos Estados Unidos, em outro sinal de alerta para a crise da economia americana. Foi o pior resultado em sete anos.

Esse número representa um aumento no risco de uma recessão na maior economia do mundo. Pressiona o Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos EUA, a reduzir ainda mais a taxa básica de juros, que caiu de 5,25% para 4,75% ao na última reunião do Comitê de Mercado Aberto, em 18 de setembro.

Junta mata pelo menos mais nove em Mianmar

As forças de segurança de Mianmar, no Sudeste Asiático, voltaram a atacar hoje os manifestantes que lutam pela democratização do país, depois de 45 anos de ditadura militar, matando pelo menos nove pessoas, inclusive um jornalista japonês.

Diversas vozes se erguem para pedir moderação à junta militar que transformou a antiga Birmânia num dos países mais fechados e corruptos do mundo, onde uma máfia de generais divide o poder e os lucros. O sociólogo brasileiro Paulo Sérgio Pinheiro, relator das Nações Unidas para direitos humanos, que não tem autorização para entrar no país desde 2003, fez um apelo, pedindo uma intervenção internacional para "evitar um banho de sangue".

A chamada "via birmanesa para o socialismo" é o mercado negro explorado pelos déspotas.

Com o país virtualmente isolado e os jornalistas impedidos de entrar, os próprios mianmarense encarregam-se de produzir imagens das manifestações, muitas com câmeras simplificadas, de telefones celulares, e de difundi-las via internet. Na era da informação, é cada mais difícil para ditadores controlar as notícias sobre o massacre de seu próprio povo.

Entre as imagens que circulam na Internet, está a festa de casamento da filha do ditador-mor, general Than Shwe.

Os Estados Unidos anunciaram o reforço das sanções econômicas que impõem a Mianmar e seus dirigentes sanguinários e corruptos desde 1997. Podem, por exemplo, fazer o que fizeram contra o regime stalinista da Coréia do Norte: bloquear suas contas bancárias no exterior.

Pentágono pede mais US$ 42,3 bilhões para guerras no Iraque e no Afeganistão

O secretário da Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates, pediu ontem ao Congresso a aprovação de uma verba extra de US$ 42,3 bilhões para as guerras no Afeganistão e no Iraque. Assim, o total solicitado pelo governo George Walker Bush para essas guerras em 2008 sobe para US$ 190 bilhões - a maior quantia anual até agora.

Um estudo recente indica que os EUA estão gastando US$ 720 milhões por dia no Iraque, sendo US$ 280 milhões em custos diretos, incluídos no orçamento enviado ao Congresso, e US$ 440 milhões para custos de longo prazo, como, por exemplo, o tratamento de mutilados de guerras.

Com o novo pedido, o gasto total dos EUA nas duas guerras iniciadas depois dos atentados de 11 de setembro de 2001 chegará a US$ 800 bilhões.

Enquanto isso, o ex-comandante militar americano no Iraque general George Casey advertiu mais uma vez que as Forças Armadas dos EUA estão esticadas ao máximo. Não teriam condições de enfrentar um novo conflito: "A atual demanda pelas nossas forças excede o suprimento sustentável. Estamos gastando nossos recursos para enfrentar as exigências da luta atual, sem capacidade de prover forças com a rapidez necessária para outras possíveis contingências", declarou o general.

Leia mais no Washington Post.

Crescimento americano foi menor

A estimativa de crescimento da maior economia do mundo no segundo trimestre do ano foi reduzida de 4% para 3,8%, anunciou hoje o governo dos Estados Unidos. Apesar da revisão para baixo, foi o ritmo mais forte em mais de um ano. O principal motivo da redução foi o aumento das importações.

Veja o relatório completo nas Contas Econômicas Nacionais, no site do Birô de Análise Econômica do Departamento de Comércio dos EUA.

EUA e aliados matam 165 talebã no Afeganistão

Pelo menos 165 rebeldes foram mortos desde terça-feira em combates com a aliança liderada pelos Estados Unidos no Afeganistão.

Na província de Helmand, onde 100 rebeldes foram mortos, os talebã atacaram um comboio do Exército do Afeganistão e de forças internacionais. Na província vizinha de Oruzgã, os talebã emboscaram os soldados afegãos e seus aliados. Pelo menos 65 foram mortos.

GM faz acordo histórico para encerrar greve

A General Motors fez um acordo para acabar com a greve que cria um fundo de saúde dos trabalhadores administrado pelos sindicatos. Deve ser modelo para o setor automobilístico ou mesmo para empresas de outros setores, na medida em que transfere a gestão do programa de saúde, inclusive dos futuros aumentos de custos dos tratamentos cada vez mais sofisticados.

O acordo também criou duas escalas salariais. Quem entrar a partir de agora ganhará menos do que os atuais 74 mil trabalhadores da empresa sindicalizados.

Síria critica conferência de paz dos EUA

Um jornal oficial sírio criticou hoje a conferência sobre a paz no Oriente Médio que deve ser convocada pelos Estados Unidos para o mês de novembro, acusando as políticas do governo George W. Bush de não servem "nem à paz nem aos interesses americanos". Na Faixa de Gaza, o governo palestino do Hamas advertiu a Arábia Saudita e outros países árabes a não participarem.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Israel está prestes a invadir a Faixa de Gaza

O Exército de Israel está prestes a invadir a Faixa de Gaza para atacar as bases de lançamento de foguetes usadas pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) para bombardear Israel, advertiu hoje o ministro da Defesa e ex-primeiro-ministro Ehud Barak.

Ele advertiu que não será uma operação "simples" nem quis adiantar o número de soldados envolvidos nem prever o tempo de duração. O Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza em junho passado, derrotando a Fatah, partido do presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmoud Abbas.

Junta ataca manifestantes em Mianmar

Pelo menos cinco pessoas foram mortas hoje em Yangum, a maior cidade capital do país, quando a polícia atirou para dispersar os manifestantes. No nono dia de manifestações de rua contra a ditadura militar que governa o país desde 1962 e nada mais fez do que subdesenvolver o país.

Mianmar ocupa o último lugar no ranking da organização Transparência Internacional, como um dos países mais corruptos do mundo. Há uma divisão mafiosa do poder entre os generais.

Ordens de bens duráveis caem 4,9% nos EUA

As encomendas de bens duráveis caíram 4,9% em agosto nos Estados Unidos, bem acima da expectativa do mercado, informou hoje o Departamento do Comércio.

Oliviero Toscani apresenta a anorexia

O fotógrafo Oliviero Toscani, famoso pelas provocações de suas campanhas para a Benetton, apresenta agora a sua versão patética e chocante da anorexia.

Confira Anorexia, a última provocação de Toscani.

Merkel quer mercado global de créditos de carbono

A chanceler (primeira-ministra) da Alemanha, Angela Merkel, defendeu hoje, em uma conferência internacional sobre o clima realizada em Nova Iorque, a criação de um sistema global de negociação de créditos de carbono para combater os riscos crescentes do aquecimento da Terra e evitar "mudanças dramáticas" no futuro.

"Os países industrializados precisam assumir a liderança deste processo", declarou a chanceler alemã. "Precisam adotar metas ambiciosas de redução de emissões. Precisam mostrar como pretendem atingir essas metas."

Um sistema de créditos de carbono seria baseado na cota que cada país teria o direito de emitir de gases que aumentam o efeito estufa. Para exceder sua cota, um país ou mesmo uma empresa atuando em determinado país, teria de comprar créditos que países que ficariam abaixo de sua cota.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Lula propõe conferência do meio ambiente Rio+20

Ao abrir a Assembléia Geral das Nações Unidas hoje em Nova Iorque, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva convocou para 2012 uma conferência internacional sobre meio ambiente e desenvolvimento, que chamou de Rio+20, para fazer uma análise do estado da Terra 20 anos depois da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, e do cumprimento da Agenda 21, aprovada no Rio.

Lula admitiu que os países em desenvolvimento precisam assumir compromissos para conter o aquecimento global. Defendeu ainda o fim do protecionismo dos países ricos, com a conclusão da Rodada Doha de liberalização comercial de modo que promova o desenvolvimento dos países pobres.

Em 2012, o Protocolo de Quioto, que tenta controlar a emissão dos gases que exacerbam o efeito estufa, acaba e deve ser substituído por outro tratado internacional. Como esse processo começou com a Convenção sobre Mudança do Clima, aprovada na Rio-92, o Brasil é o país indicado para sediar a Rio+20.

Leia a íntegra do discurso do presidente Lula no site do Ministério das Relações Exteriores.

Cem mil protestam contra ditadura em Mianmar

As passeatas lideradas por monges budistas reuniram 100 mil manifestantes em um protesto de massa contra a ditadura militar que governa Mianmar (a antiga Birmânia) desde 1962, diante de crescentes temores de que os generais podem mandar o Exército atacar os manifestantes.

Em 1988, uma onda de manifestações contra a ditadura levou a um massacre com cerca de 3 mil mortos quando o Exército atirou contra a multidão.

Desta vez, a China, maior parceiro econômico de Mianmar, estaria pressionado os generais de Yangum a não usarem a força em larga escala contra seu próprio povo.

Sindicato americano faz greve contra GM

A General Motors enfrenta sua primeira greve em mais de 20 anos. Os operários da empresa pararam de trabalhar às 11h da manhã de segunda-feira, pela hora da costa leste dos Estados Unidos.

O Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Automobilística (United Auto Workers Union) exige garantias no emprego. Quer um compromisso da GM de que seus novos modelos será fabricados nos EUA. Também contesta a concessão de bônus generosos aos executivos num momento de pressão sobre os outros trabalhadores: "Em 2007, os executivos da empresa continuaram se pagando bônus enquanto exigiam uma queda no padrão de vida dos outros", diz uma nota divulgada pelo sindicato.

Indonésia rejeita apelo de terroristas de Báli

O Supremo Tribunal de Justiça da Indonésia rejeitou apelos de três militantes fundamentalistas que estão no corretor da morte para serem fuzilados como responsáveis pelo atentado terrorista que matou mais de 200 pessoas na paradisíaca ilha de Báli, em 12 de outubro de 2002.

A sentença afirma que os advogados de defesa não apresentaram novos elementos, indícios ou provas capazes de mudar o veredito anterior. A defesa alega que os réus foram enquadrados na legislação antiterrorismo aprovada depois do atentado em Báli.

Cheney queria iniciar guerra entre Israel e Irã

O vice-presidente linha-dura Dick Cheney pensou em provocar ataques de mísseis entre Israel e o Irã para justificar uma intervenção militar dos Estados Unidos contra a república islâmica, suspeita de estar desenvolvendo armas atômicas, afirma a revista americana Newsweek na edição desta segunda-feira. Mas o enfraquecimento da linha dura, com a saída de vários neoconservadores do governo George W. Bush nos últimos dois anos, o obrigou a abandonar a idéia.

Israel quer Síria em conferência de paz

O primeiro-ministro de Israel, Ehud Olmert, aceita a participação da Síria em uma conferência sobre a paz no Oriente Médio a ser convocada pelos Estados Unidos para meados de novembro. No domingo, o governo americano indicou que convidaria a Síria se este país se comprometer a renunciar ao uso da força e a negociar a paz.

Mas altos funcionários sírios disseram na segunda-feira que o bombardeio israelense ao território sírio em 6 de setembro enterrou as possibilidades de paz.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Presidente do Irã enfrenta universidade americana

Um dia antes de falar na Assembléia Geral das Nações Unidas, o presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, fez diversas aparições midiáticas em Nova Iorque. Na Universidade de Colúmbia, foi apresentado pelo reitor como um "ditadorzinho cruel". Isso provocou uma reação imediata de Ahmadinejad, que aquela não era a maneira de tratar um convidado.

O presidente iraniano voltou a afirmar que o país não precisa de armas nucleares. Ele disse não haver homossexuais no Irã: "Não temos esse fenômeno como no Ocidente". A platéia riu e vaiou.

Ahmadinejad falou para os dois públicos que lhe são mais caros: o povo iraniano e os muçulmanos de todo o mundo. Ao fazer as perguntas e colocações mais duras o reitor estava querendo deixar claro que sua universidade não estava fazendo concessões ao representante de uma ditadura extremamente repressiva.

Essa postura radical pode ter, entre os muçulmanos, o efeito contrário. Às vezes, Ahmadinejad pareceu acuado e assustado com a franqueza da platéria americana. No mundo muçulmano, pode parecer prepotência e arrogância - e é.

Por sua vez, o presidente é uma figura menor, decorativa, do regime dos aiatolás. O poder real está nas mãos do Supremo Líder Espiritual da Revolução Iraniana, aiatolá Ali Khamenei, herdeiro do aiatolá Ruhollah Khomeini. Já aproveitou as tribunas que o cargo lhe oferece para negar o Holocausto e defender a destruição de Israel.

Hoje, admitiu que o Holocausto realmente ocorreu e alegou que o povo palestino não pode pagar por um massacre acontecido na Europa.

Procurador-geral investiga primeiro-ministro de Israel

O procurador-geral de Israel ordendou a abertura de inquérito policial para investigar a compra de uma casa pelo primeiro-ministro Ehud Olmert. Ele é suspeito de ter conseguido um desconto substancial em troca de facilitar autorizações para construir.

Olmert, eleito como herdeiro do linha-dura Ariel Sharon, que no final da vida resolveu criar um partido mais ao centro para negociar a paz, perdeu prestígio com a desastrada guerra contra a milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), em julho e agosto de 2006. Mas recuperou-se com o recente bombardeio à Síria, supostamente para destruir uma carga da Coréia do Norte suspeita de conter material nuclear.

Giuliani acusa Bill Clinton para atingir Hillary

Em artigo recente para a revista Foreign Affairs, o ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani, um dos principais aspirantes à candidatura do Partido Republicano na eleição presidencial de 2008 nos Estados Unidos, defendeu a estratégia do governo George W. Bush na guerra contra o terrorismo: "Respondemos vigorosamente à guerra dos terroristas contra nós, abandonando uma estratégia de reação defensiva contraproducente de uma década em troca de uma ofensiva vigorosa."

O que ele está dizendo é que o governo Bill Clinton (1993-2001) foi complacente no combate ao terrorismo depois do primeiro ataque ao World Trade Center, em 1993; ao atentado contra as Torres Khobar, na Arábia Saudita, 1996; aos ataques contra as embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia, em 1998; e contra o destróier USS Cole em 2000.

No seu discurso, os candidatos democratas, a começar pela senadora e ex-primeira dama Hillary Clinton, seriam igualmente fracos e complacentes diante do terrorismo dos fundamentalistas muçulmanos, não percebendo as dimensões do risco. Mas o jornal The Washington Post afirma que as declarações feitas na época eram muito diferentes de suas posições atuais, expressas no artigo Rumo a uma Paz Realista, que apresenta sua política externa e defende o fortalecimento do sistema internacional, que nunca foi caro aos republicanos e conservadores.

Giuliani chegou a instalar seu centro de comando e controle de emergências no World Trade Center, contra a orientação de diversos assessores da Prefeitura. Só depois de 11 de setembro leu seu primeiro livro sobre a rede terrorista Al Caeda, responsável pela destruição das Torres Gêmeas. Os bombeiros e policiais queixam-se que seus colegas mortos em 11 de setembro de 2001 usavam os mesmos equipamentos de comunicações de 1993.

É fácil numa campanha eleitoral reescrever a história e distorcer o passado, e o pior é que pode dar certo.

Confira no Washington Post.

domingo, 23 de setembro de 2007

Yasuo Fukuda será primeiro-ministro do Japão

Yasuo Fukuda deve ser o primeiro-ministro do Japão. Ele venceu a eleição para a liderança do Partido Liberal-Democrata, que tem maioria na Câmara do Parlamento japonês, com 330 votos contra 197 para o ex-ministro do Exterior Taro Aso, considerado mais linha dura.

Fukuda, um moderado, substitui Shinzo Abe, que renunciou depois de escândalos de corrupção e da maior derrota eleitoral do PLD, que governa o Japão quase que ininterruptamente desde sua fundação, em 1955. Aso, que morou no Brasil trabalhando para a empresa de sua família nos anos 60 e que esteve recentemente em São Paulo, era o preferido pelo governo brasileiro.

Guerra no Iraque custa US$ 720 milhões por dia

O dinheiro gasto em um dia pelos Estados Unidos na guerra do Iraque daria para construir casas para 6,5 mil famílias, assistência médica para mais de 420 mil crianças ou instalar sistemas de energia renovável em 1,27 milhão de casas, calcula o American Friends Service Committee.

São US$ 500 mil por minuto. Os US$ 720 milhões se desdobram em US$ 280 milhões efetivamente gastos em dotações aprovadas pelo Congresso e US$ 440 milhões de custos de longo prazo não computados normalmente: assistência médica e psicológica a veteranos, substituição de equipamento militar e juros sobre empréstimos tomados em função da guerra.

Leia mais no Washington Post.

sábado, 22 de setembro de 2007

Fidel reaparece alquebrado mas lúcido

Depois de mais de cem dias sem ser visto, o presidente licenciado de Cuba, Fidel Castro, deu entrevista à televisão cubana divulgada na sexta-feira. Com a voz fraca e rouca, o ditador falou mais de uma hora, citando fatos recentes como a chegada do preço do petróleo a US$ 80 por barril, entre outras coisas para desmentir os boatos sobre sua morte.

"Bem estou aqui... dizem que estava moribundo, que morri ou que morreria depois de amanhã. Bem... ninguém sabe que dia se vai morrer", ironizou Fidel.

Vestido com um abrigo esportivo das delegações cubanas, ele atacou a política externa dos Estados Unidos, acusando-a de ter deflagrado "uma guerra de religiões". Mas não quis comentar o futuro de Cuba nem sua possível candidatura à eleição presidencial prevista para março.

Fidel, de 81 anos, está no poder desde a vitória da Revolução Cubana, em 1º de janeiro de 1959. Antes de se submeter a uma operação de emergência para estancar um sangramento abdominal, em 31 de julho de 2006, transferiu interinamente para seu irmão, o vice-presidente e ministro da Defesa, Raúl Castro, todos os seus cargos, inclusive os de presidente, primeiro-ministro, líder do Partido Comunista e comandante das Forças Armadas de Cuba.

Monges budistas marcham contra ditadura

No quarto dia seguido de protestos de monges budistas contra a ditadura militar de Mianmar (antiga Birmânia), uma passeata de cerca de 2 mil monges foi hoje até a casa da líder da oposição, Aung San Suu Kyi, ganhadora do Prêmio Nobel da Paz, que vive em prisão domiciliar. Ela saiu de casa para saudar os manifestantes. Além da capital, Yangum, houve protestos em Mandalay, segunda maior cidade do país.

Suu Kyi, de 62 anos, filha de Aung San, herói da independência do país, lidera a Liga Nacional pela Democracia, vencedora das eleições de 1990, anuladas pelo regime militar. Nos últimos 18 anos, ela passou a maior parte do tempo presa. Há quatro, está sob prisão domiciliar.

A antiga Birmânia, rica em recursos naturais, vem se subdesenvolvendo desde o golpe militar de 1962. Apesar dos protestos e das pressões internacionais, os generais se recusam a entregar o poder aos civis.

Chile extradita Fujimori para o Peru

Numa decisão histórica e sem precedentes, o Supremo Tribunal de Justiça do Chile decidiu extraditar para o Peru o ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), que abandonou o cargo durante uma visita ao Japão e só agora volta ao país. Ele é acusado de sete crimes, um de violação dos direitos pela matança de 25 pessoas em Barrios Altos e La Cantuta, e outros seis escândalos de corrupção, inclusive compra de votos e apoio de deputados.

Assim que souberam da decisão os presidentes Alan García, do Peru, e Michelle Bachelet, do Chile, se reuniram com seus ministros para providenciar a ida imediata de Fujimori para o Peru.

Fujimori chegou de surpresa ao Chile em novembro de 2005, com a intenção velada de se candidatar à Presidência do Peru na eleição de 2006. Deve ficar na mesma prisão naval em Callao, o porto de Lima, onde estão o homem-forte e chefe do serviço secreto de seu governo, Vladimiro Montesinos, e líderes guerrilheiros presos naquela época, como Victor Polay Campos, do Movimento Revolucionário Tupac Amarú (MRTA), e Abimael Guzmán, o Presidente Gonzalo, do Sendero Luminoso.

Em 1991, um comando de elite do Grupo Colina invadiu uma festa em Barrios Altos e matou 15 pessoas. Em 1992, comandos do mesmo grupo seqüestraram e mataram nove professores e um estudante da Universidad de La Cantuta.

O governo Fujimori controlou a hiperinflação e derrotou o Sendero e o MRTA. Fez isso a ferro e fogo, atropelando os direitos humanos. Quando guerrilheiros tomaram a embaixada do Japão no Peru, seqüestrando 300 diplomatas, empresários e políticos numa festa de final de ano, em dezembro de 1996, as forças de segurança peruanas mataram todos os 14 rebeldes.

Só um refém foi morto, o que sugere uma luta desigual com execução sumária dos guerrilheiros. Fujimori declarou que eles haviam "resistido à prisão". Esse era seu estilo de governar, autoritário e implacável.

Em 1992, Fujimori deu um golpe fechando o Congresso e o Supremo Tribunal do Peru. Depois convocou eleições parlamentares para criar uma bancada para seu movimento Cambio 90. Populista, sempre tentou governar além e acima dos partidos.

Era um estranho na política quando partiu de trás nas pesquisas para derrotar, no segundo turno, o escritor Mario Vargas Llosa, um dos peruanos mais ilustres. Com sua comunicação direta com as massas, tentava escapar das negociações e barganhas políticas da oligarquia peruana.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Rolling Stones são os músicos que ganham mais

Apesar de sessentões, os Rolling Stones figuram em primeiro lugar na relação dos músicos que mais ganharam dinheiro no último ano fiscal, com US$ 88 milhões. Logo atrás vem o rapeiro Jay Z (US$ 83 milhões) e Madonna (US$ 72 milhões).

Mick Jagger, Keith Richard e sua turma encerraram sua turnê mundial Bigger Band, que incluiu o show do início do ano passado na praia de Copacabana, com um grande concerto em Londres. Talvez tenha sido a última. Ou será que não? Ganhando dinheiro desse jeito, quem sabe os vovôs do rock não caiam na estrada mais uma vez.

No início do filme Gimme Shelter, sobre o trágico show de encerramento da turnê de 1969 nos Estados Unidos, em Altamont na Califórnia, durante entrevista coletiva, um repórter pergunta: "Estão satisfeitos em suas carreiras?"

Mick Jagger pensa um pouco e dispara: "Sexualmente, sim... filosoficamente, mais ou menos... financeiramente, mal." Agora, essa resposta não cola mais. A pergunta é: os Stones ainda não estão satisfeitos?

Confira baixa a lista dos roqueiros mais ricos do ano, feita pela revista americana Forbes:
01 Rolling Stones - $88 million
02 Jay-Z - $83 million
03 Madonna - $72 million
04 Bon Jovi - $67 million
05 Elton John - $53 million
06 Celine Dion - $45 million
07 Tim McGraw - $37 million
08 50 Cent - $33 million
09 U2 - $30 million
10 Diddy - $23 million

EUA temiam cooperação nuclear Síria-Coréia do Norte mesmo antes do ataque israelense

Antes do ataque aéreo de Israel à Síria em 6 de setembro contra uma suposta carga de material nuclear da Coréia do Norte, os Estados Unidos temiam que os dois países, que estão entre seus maiores inimigos, estariam fazendo uma parceria atômica. A suspeita foi confirmada pelos indícios e provas apresentados por Israel ao comunicar os EUA que bombardearia a Síria.

O bombardeio era um segredo de Estado. A Síria protestou, enquanto o primeiro-ministro Ehud Olmert negava tudo, fazendo-se de desentendido.

Na quinta-feira, o líder da oposição e ex-primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, um arquifalcão da política israelense, abriu o jogo, talvez numa tentativa de neutralizar o aumento de popularidade de Olmert. A segurança é a preocupação número um dos israelenses e o primeiro-ministro perdeu prestígio pelos erros na campanha contra o Hesbolá (Partido de Deus), no Líbano, de 12 de julho a 14 de agosto de 2006.

"Quando se trata de proteger a segurança, fico com o primeiro-ministro", declarou Bibi.

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Petróleo chega a US$ 83,20 por barril

O preço do barril de petróleo bateu novo recorde hoje, sendo negociado a US$ 83,20 na Bolsa Mercantil de Nova Iorque.

A explicação é que 27,7% da produção do Golfo do México está parada por causa da temporada de furacões no Mar do Caribe. São cerca de 630 mil barris diários a menos, relativamente pouco para um consumo global de cerca de 85 milhões de barris por dia. Mas a diferença entre oferta e demanda está muito apertada, em menos de 2 milhões de barris diários.

Assim, uma queda na produção de 630 mil barris/dia pesa na balança.

Ben Laden incita a derrubar o "infiel" Musharraf

Em nova mensagem de vídeo, o terrorista mais procurado do mundo, Ossama ben Laden, incita os seguidores de sua corrente islâmica a derrubar o ditador-presidente do Paquistão, general Pervez Musharraf, que denunciou como "infiel".

"Nós, da organização Al Caeda [A Base], invocamos a Deus como testemunha de que vamos retaliar pelo sangue de... Abdul Rachid Ghazi e daqueles que junto com ele se rebelaram contra Musharraf e também os que os ajudaram, e por todo o sangue puro e inocente derramado", declarou o terrorista saudita.

Mais de 100 seguidores de Ghazi foram mortos pelas forças de segurança paquistanesas em julho passado no ataque ao complexo da Mesquita Vermelha (Lal Masjid), que incluía uma escola islâmica (madrassá).

"Então, Pervez, seus ministros, soldados e aqueles que os ajudaram são todos cúmplices de derramar o sangue de muçulmanos. Quem o ajuda sabendo e por vontade própria é tão infiel quanto ele", acusou Ben Laden.

"É obrigação de todos os muçulmanos no Paquistão fazer a guerra santa (jihad) para derrubar Pervez, seu governo, seu Exército e aqueles que o apóiam".

A gravação divulgada na Internet tem 23 minutos e traz legendas em inglês.

Como é o único país muçulmano com armas nucleares, o Paquistão é um país-chave na luta dos Estados Unidos contra o terrorismo dos fundamentalistas muçulmanos, o jihadismo. O sonho de Ben Laden é ter acesso às bombas atômicas paquistanesas.

Mais cedo, fora difundida uma mensagem de áudio do número dois da rede terrorista, o médico egípcio Ayman al-Zawahiri, para celebrar mais uma vez o aniversário dos atentados de 11 de setembro: "Levante-se, nação do Islã, sob a vitoriosa bandeira do profeta e entre na luta contra o cruzado Bush", bradou o lugar-tenente de Ben Laden.

"Vamos em frente com os mujahedin, lhes dêem armas, os apóiem, os defendam e não sejam intimidados pelo poder da América, que aqueles dois ataques abençoados revelaram tratar-se de um poder de fogo e aço, sem fé, nem moral, nem princípios", vociferou.

Zawahiri convocou para a luta e elogiou as ações de grupos terroristas ligados a Al Caeda no Afeganistão, no Norte da África, na Somália, na Chechênia e no Iraque.

"Que o Exército do Paquistão saiba que a morte de Abdul Rashid Ghazi e seus alunos, e a demolição de sua Mesquita Vermelha... mergulhou o Exército do Paquistão em uma vergonha... que só pode ser lavada por retaliação."

O subcomandante convocou seus jihadistas para retomar o reino de Al Andaluz, incitando os muçulmanos do Magrev, região do Norte da África, a reinstaurar o império muçulmano criado pela invasão da península Ibéria no século 9, que durou até 1492; a atacar as forças de paz da União Africana e das Nações na província sudanesa de Darfur, onde milícias leais ao governo mataram 200 mil pessoas e colocaram 2 milhões em fuga nos últimos quatro anos.

Euro atinge cotação recorde a US$ 1,40

A moeda comum européia atingiu hoje sua cotação recorde diante do dólar americano desde que foi criada, em 1999, passando de US$ 1,40.

O dólar caiu à sua cotação mais baixa em 15 anos em relação a seis moedas.

Desde que tomou posse, em janeiro de 2001, o presidente George Walker Bush adota uma política de "negligência benigna", de deixar a moeda se desvalorizar na expectativa de que isto reduza o déficit comercial dos Estados Unidos, que está em torno de US$ 800 bilhões por ano. Só que os analistas dizem que isso simplesmente não basta.

Para equilibrar a balança comercial americana, o dólar precisaria cair, segundo alguns cálculos, em 80%, o que provocaria um verdadeiro colapso da economia dos EUA, com conseqüências desastrosas para a economia mundial.

Como os grandes credores da dívida pública do governo americano são países asiáticos, especialmente a China e o Japão, eles têm interesse em manter a estabilidade da moeda americana. Se venderem esses títulos em grande quantidade, desestabilizariam a economia dos EUA. Mas, em princípio, não têm interesse em complicar a vida do maior consumidor de seus produtos.

A China, que acumula reservas cambiais em moedas fortes superiores a US$ 1,2 trilhão, teve no ano passado um saldo de US$ 260 bilhões no comércio com os EUA. Ninguém quer perder um parceiro desses.

Por outro lado, a economia americana se beneficia da globalização. Como é a mais forte do mundo, não tem problemas para se financiar. A solução definitiva do problema exige que os EUA consumam menos e poupem mais. Mas quem vai dizer isso ao povo americano? Não são os candidatos à Casa Branca em 2008.

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

EUA tiveram deflação em agosto

O índice de preços ao consumidor caiu 0,1% em agosto nos Estados Unidos por causa da queda nos preços do petróleo no mês passado. Mas o núcleo da inflação, expurgados os preços altamente voláteis de energia e alimentos, subiu 0,2%. Este é índice que o Comitê de Mercado Aberto do Federal Reserve Board (Fed), o banco central americano, usa para tomar suas decisões sobre taxas de juros.

Ontem, o Fed cortou sua taxa básica em meio ponto percentual, para 4,75% ao ano, provocando euforia nos mercados com a perspectiva de uma ação decidida para recolocar a economia dos EUA no rumo do crescimento.

Atentado mata político libanês anti-Síria

Um atentado a bomba matou hoje o deputado cristão falangista Antoine Ghanem, adversário político da Síria.

Pelo menos outras quatro pessoas morreram no atentado, último de uma série de oito assassinatos de políticos e jornalistas críticos da influência síria no Líbano que começou com a morte do ex-primeiro-ministro Rafik Hariri em 14 de fevereiro de 2005.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Fed corta taxa de juros em meio ponto

O Federal Reserve Board (Fed), o banco central dos Estados Unidos, reduziu hoje sua taxa básica de juros de 5,25% para 4,75% ao ano. Foi a primeira queda em quatro anos. A Bolsa de Valores de Nova Iorque reagiu positivamente, fechando em alta de 336 pontos (+2,5%), em 13.739,39 pontos.

A bolsa Nasdaq, de ações de empresas de alta tecnologia, subiu 2,7% e o índice S&P 500, 2,9%.

O impacto da decisão do Fed em outros mercados também foi dramática: os bônus de curto prazo do Tesouro americano subiram, o petróleo passou de US$ 82 por barril no comércio eletrônico, após o fechamento da Bolsa Mercantil de Nova Iorque, e a onça de 28,35 gramas de ouro aumentou para US$ 735.

Inflação no atacado caiu 1,4% nos EUA

O índice pleno de preços ao produtor caiu 1,4% em agosto nos Estados Unidos por causa de quedas nos preços de energia e alimentos.

Como esses dois itens são expurgados para o cálculo do chamado núcleo da inflação, este índice subiu 0,2%, acima da expectativa do mercado, devido a aumentos nos preços de automóveis e medicamentos. Os analistas esperavam baixa de 0,4% no índice pleno e alta de 0,1% no expurgado.

A energia caiu 6,6%, enquanto os alimentos baixaram 0,2%, na média.

Sarkozy propõe reforma previdenciária

O novo presidente da França, Nicolas Sarkozy, apresentou hoje sua proposta de reforma da Previdência, alegando que o atual sistema "não é sustentável financeiramente" e que há necessidade de "um novo contrato social".

Como o projeto reduz direitos e benefícios, espera-se uma forte reação dos sindicatos. A TV pública britânica BBC disse que a França corre o risco de viver um "inverno do descontentamento", como aconteceu na Grã-Bretanha em 1978-9, quando uma onda de greves acabou com o prestígio do governo trabalhista, levando à vitória de Margaret Thatcher e a 18 anos de governos conservadores.

Inflação cai no Reino Unido

A inflação no Reino Unido caiu de 1,9% para 1,8% ao ano, o que permitirá ao Comitê de Política Monetária do Banco da Inglaterra cortar a taxa básica de juros para enfrentar a crise iniciada no mercado de crédito hipotecário nos Estados Unidos.

Ontem à noite, o ministro das Finanças britânico, Alastair Darling, garantiu os depósitos no banco Northern Rock, alvo de uma corrida bancária há três dias, com milhares de clientes fazendo fila para sacar seu dinheiro antes de um possível colapso da instituição.

O Banco da Inglaterra trabalha com uma meta de inflação de 2% ao ano, definida pelo governo, pela autoridade política, que tem mandato para isso. A missão do banco é perseguir essa meta. Seu principal instrumento é a taxa básica de juros.

Fed deve reduzir hoje os juros nos EUA

O Comitê Federal do Mercado Aberto do Federal Reserve Board, o banco central dos Estados Unidos, reúne-se hoje e a expectativa do mercado financeiro é que reduza a taxa básica de juros da maior economia do mundo em pelo menos 0,25 ponto percentual, talvez meio ponto. A taxa de fundos federais está em 5,25% ao ano há 10 meses.

Esse corte nos juros estimularia a economia dos EUA, que já passava por uma desaceleração. Com a crise iniciada ao mercado imobiliário para clientes com problemas de crédito no passado, aumentou o risco de uma recessão que teria impacto no mundo inteiro.

Além de incentivar o investimento e o consumo, uma redução nos juros facilitaria a renegociação dos contratos que não estão sendo cumpridos por falta de pagamento, permitindo que mais pessoas mantenham suas casas. Um problema é que com a crise as casas se desvalorizaram, então alguns mutuários estão pagando preços acima dos valores atuais do mercado.

Petróleo bate novo recorde a US$ 81,18

O preço do petróleo bateu novo recorde nesta segunda-feira, chegando a US$ 81,18 na Bolsa Mercantil de Nova Iorque, caindo depois para US$ 80,57, fechamento recorde. É mais um fator capaz de aumentar a pressão inflacionária com o inverno que se aproxima no Hemisfério Norte. Aumenta o cacife das fontes alternativas de energia.

Com o mercado nervoso, a previsão de que um novo ciclone estaria em formação no Golfo do México provocou a alta.

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

Governo britânico garante depósitos

Para evitar uma corrida aos bancos, o ministro das Finanças do Reino Unido, Alastair Darling, prometeu agora à noite garantir os depósitos dos clientes do banco Northern Rock.

"As pessoas podem continuar tirando seu dinheiro do Northern Rock", declarou o ministro, cujo título oficial é Chanceler do Erário Público. "Mas, se quiserem deixar seu dinheiro no Northern Rock, ele estará salvo e seguro."

Pelo terceiro dia consecutivo, milhares de poupadores fizeram filas diante das agência do Northern Rock numa tentativa desesperada de sacar seu dinheiro, com medo de perder tudo com o colapso do banco.

Diante sinais de que a crise financeira ameaçava contaminar outras instituições, o governo britânico foi muito além do que iria normalmente. É um sinal de que temia um abalo no sistema.

As ações do Alliance & Leicester, oitavo maior banco do país, caíram 30% nos últimos dias por causa de boatos de que o banco teria recorrido às linhas de crédito especiais oferecidas pelo Banco da Inglaterra para conter a crise iniciada no mercado imobiliário de clientes de segunda linha, com problema de crédito no passado.

Os reguladores querem agora encontrar um comprador para a massa falida do Northern Rock. A declaração de hoje deixa claro que a intervenção do Banco da Inglaterra na semana passada não foi suficiente.

Chanceler francês fala em guerra contra o Irã

O ministro do Exterior da França, Bernard Kouchner, admitiu que pode haver uma guerra contra o programa nuclear do Irã, suspeito de produzir armas atômicas.

A declaração de Kouchner, um socialista ligado a causas humanitárias, foi alvo de especulações de que o novo presidente francês, Nicolas Sarkozy, estaria dando o recado dos Estados Unidos, num sinal da reaproximação entre os dois países.

Na reação oficial iraniana, a Agência de Notícias República Islâmica acusou a França de fazer o jogo dos EUA, o que seria uma mudança de Sarkozy em relação a seu antecessor, Jacques Chirac, que se opôs tenazmente à invasão do Iraque.

Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford está ameaçado por falta de patrocínio

Depois de mais de 10 anos, de 200 eventos e 100 publicações, o maior centro de estudos brasileiros no exterior, da Universidade de Oxford, está ameaçado por falta de patrocínio. Já perdeu sua casa. Em agosto, saiu do seu endereço próprio, 92 Woodstock Road, para o Centro de Estudos Latino-Americanos. Se os patrocinadores não se coçarem até o final do ano, pode fechar.

O diretor do centro, historiador Leslie Bethell, editor da Cambridge History of Latin America, ainda tem esperança de "uma solução na última hora, como é tão comum no Brasil".

Na semana passada, o historiador José Murilo de Carvalho fez um apelo no jornal O Globo, destacando a importância do centro, que organiza uma grande conferência sobre Brasil e outra sobre Amazônia, além de inúmeros seminários, estudos e pesquisas sobre Brasil em nível de pós-graduação. Trabalha nas áreas de política, economia, relações internacionais, meio ambiente, a questão social, literatura e direitos humanos, um "tema importante", assinala Leslie Bethell, lembrando que o primeiro evento do Centro de Estudos Brasileiros de Oxford foi um seminário sobre Democracia e Direitos Humanos.

O centro foi criado por iniciativa dos professores Ralf Dahrendorf e Leslie Bethell, e imediatamente teve o apoio do embaixador do Brasil em Londres na época, Rubens Barbosa, e do ministro da Fazenda, Pedro Malan. Várias empresas privadas brasileiras e transnacionais chegaram a financiar as atividades.

Infelizmente muitas empresas brasileiras não vêm a produção de conhecimento como uma atividade digna de investimento. Querem a promoção que Oxford representa ou o desconto no imposto de renda. Nenhum país se desenvolve sem pensar com sua própria cabeça e, na medida em que cada vez mais empresas brasileiras se internacionalizam, seria lógico esperar que financiem centros de estudos sobre o país para aumentar sua presença no exterior também nos meios acadêmicos.

Caminhamos de costas em direção ao futuro.

New York Times pára de cobrar por conteúdo

A partir de quarta-feira, o jornal The New York Times, um dos mais influentes do mundo, vai abrir o acesso gratuitamente ao serviço TimesSelect, que oferecia privilégios como livre consulta ao arquivo, um blog de leitores e colunas especiais, mediante pagamento de uma assinatura.

No novo modelo de negócios, o New York Times pretende se financiar com anúncios, em vez de cobrar dos leitores, na expectativa de conter com "um número substancialmente elevado de usuários especiais acessando o site assim que a barreira do pagamento se vá". As ações da empresa caíram 0,8% por causa da queda de receita esperada no primeiro momento.

Uma das mais prestigiadas marcas do jornalismo, o New York Times luta há alguns para encontrar um novo modelo de negócios para a era da Internet. Primeiro, cobrava uma assinatura de US$ 30 por mês pelo acesso à edição completa via Internet. Depois, passou a oferecer seu conteúdo gratuitamente. Em 2005, criou o TimesSelect, uma seleção do NYTimes. Este blogueiro assina o serviço.

Outros jornais, especialmente os grandes diários internacionais sobre economia, como o Financial Times e The Wall Street Journal, cobram pelo acesso completo. O FT cobra US$ 8,50 por mês e ainda oferece um acesso Premium com direito de ler as notícias mais importantes do mundo inteiro selecionadas pelo FT.com, relatórios e informações financeiras sobre empresas.

Le Monde, da França, cobra seis euros por mês. Dá direito a uma edição eletrônica com alta qualidade gráfica. O assinante pode fazer sua própria impressão. Tem blogue, email, podcasts e dá ainda acesso ao jornal espanhol El País, cuja assinatura anual custa 80 euros.

São marcas com apelo no mundo inteiro. Com a Internet, ampliam seu universo de leitores, podendo compensar com vantagem a queda de vendas dos jornais impressos, registrada todos os anos nos EUA desde 1984.

Iraque expulsa empresa de segurança americana

Depois de um tiroteio em Bagdá em que oito civis inocentes foram mortos no domingo, o governo do Iraque decretou a expulsão, nesta segunda-feira, da empresa de segurança americana Blackwater USA, descrita por um repórter investigativo como "o mais poderoso exército mercenário do mundo". A secretária de Estado, Condoleezza Rice, concordou em abrir inquérito sobre a atuação da companhia.

Os cerca de mil agentes que a Blackwater mantém no Iraque ganharam a fama de atirar primeiro e nem sequer se preocupar em fazer perguntas depois, enquanto protegiam funcionários, instalações e equipamentos de outras companhias e até do governo dos Estados Unidos no Iraque.

A Blackwater foi criada há 10 anos no estado da Carolina do Norte por Erik Prince, filho de multimilionário e ex-comando da tropa de elite da Marinha conhecida como SEAL (foca, em inglês). Segundo o jornalista americano James Scahill, que a considera "o mais poderoso exército mercenário do mundo", a empresa tem "mais de 2,3 mil soldados privados estacionados em nove países, inclusive nos EUA".

Esse verdadeiro exército privado, a face quase sempre oculta da privatização da guerra, chegou no Iraque no rastro da invasão americana. Foi contratado pelo procônsul americano, Lewis Paul Bremer, governador militar do país até a transferência de poder a um governo de iraquianos, em junho de 2004.

Justiça européia confirma condenação da Microsoft

A Corte Européia de Justiça de Primeira Instância rejeitou hoje um apelo da empresa americana Microsoft, maior companhia de informática do mundo, multada em março de 2004 pela Comissão Européia, órgão executivo da União Européia, por práticas monopolistas e abuso do poder de mercado.

Em nota oficial, a Microsoft declarou que fará todo esforço posível para cumprir a decisão. A multa prevista, de quase 500 milhões de euros (US$ 690 milhões), é recorde.

As exigências operacionais são que a Microsoft não inclua seu Media Player no pacote do sistema operacional Windows, usado em mais de 90% dos computadores do mundo inteiro, e que abra seus códigos para que outras empresas de software possam criar programas compatíveis.

Já a Comissão Européia comentou que a sentença indica que sua atuação foi correta.

Direitos humanos são universais

A universalidade dos direitos humanos foi defendida no lançamento do Ciclo de Palestras Sérgio Vieira de Mello: Uma Nova Consciência dos Direitos Humanos, promovido pelo Conselho Britânico, na quinta-feira, 13 de setembro, no Rio de Janeiro.

“São valores morais universais que se aplicam a todos os seres humanos, independentemente de onde você está e de onde veio”, declarou o diretor do Conselho Britânico no Rio de Janeiro, Sital Dhillion.

Já o historiador Leslie Bethell, diretor do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford, destacou a importância dos direitos humanos para a consolidação da democracia no Brasil, que na sua opinião começa com a Constituição de 1988, que deu o direito de voto aos analfabetos: “A persistência de violações dos direitos humanos minam as instituições democráticas.”

Ele entende que o problema dos direitos civis no Brasil tem raízes na “extrema desigualdade social”, observa que “pela primeira vez, nos últimos dez anos, a desigualdade diminuiu”, e estima que um terço da população ainda está desprotegida: “São cidadãos de segunda ou terceira classe.”

No ano passado, houve 46 mil assassinatos, alertou o advogado, professor e ativista dos direitos humanos Oscar Vilhena, outro participante do seminário. Ele lembrou as lições do embaixador brasileiro Sérgio Vieira de Mello, morto num atentado terrorista em Bagdá em agosto de 2003, quando era o enviado especial do secretário-geral das Nações Unidas no Iraque, depois de comandar a criação e pacificação do Timor Leste em 1999.

Vilhena citou algumas idéias de Sérgio Vieira de Mello sobre o Iraque:
1. Enganam-se os que acham que a paz será resultante do uso da força.
2. A preponderância militar americana não será capaz de garantir a estabilidade.
3. A invasão do Iraque mostra a fragilidade das instituições internacionais.
4. O Conselho de Segurança da ONU não consegue pensar a segurança fora dos limites da guerra.
5. Os Estados agem sob a ética da rivalidade, não da responsabilidade.

Também participou o deputado estadual Alessandro Molon, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), que defendeu a necessidade de que a polícia aja estritamente dentro da lei ao combater a criminalidade.

O evento foi aberto com uma homenagem a Vieira de Mello, na presença de sua mãe e outras pessoas da família.

domingo, 16 de setembro de 2007

Greenspan diz que guerra é por petróleo

Os Estados Unidos invadiram o Iraque de olho na segunda maior reserva de petróleo comprovado do mundo, afirma Alan Greenspan, ex-presidente do Federal Reserve Board (Fed), o banco central americano, em seu livro de memórias, A Era da Turbulência: Aventuras num Novo Mundo, que está sendo lançando nesta semana.

Nesta interpretação, Greenspan concorda com o ministro para expatriados da Síria, Buthaina Chaaban, que interpretou o discurso do presidente George Walker Bush na quinta-feira passada, defendendo a presença de tropas americanas no Iraque, como uma indicação de que os EUA ficarão no Iraque "enquanto durarem as reservas de petróleo do país", ou seja, "por mais 100 anos".

A opinião de Greenspan, que também acusa o governo Bush de gastar demais, comprometendo o equilíbrio fiscal, provocou uma reação do secretário da Defesa, Robert Gates. Ele disse que a guerra foi contra um ditador agressivo que financiava terroristas e tinha programas de armas de destruição em massa.

Clérigo islamita ataca jihadismo e Ben Laden

Em um raro ataque duro contra o jihadismo vindo de um clérigo islamita e ex-dissidente saudita, o xeque Salman al-Odah criticou o líder da rede terrorista Al Caeda, Ossama ben Laden, pela matança de inocentes, inclusive crianças e velhos.

"Quantos inocentes, velhos e crianças foram mortos ou desterrados sob a bandeira da Al Caeda? Você ficaria feliz de se encontrar com Deus carregando o peso dessas mortes nos seus ombros?", pergunta o xeque numa "mensagem a Ben Laden" colocada no seu sítio de internet, islamtoday.

"O que ganhamos com a destruição de povos como no Iraque e no Afeganistão?", prossegue Odah. "Quem se beneficia das tentativas de tornar o Marrocos, a Argélia, a Arábia Saudita e outros países em países amedrontados onde as pessoas não se sentem seguras?"

"Quem é responsável pela superlotação das prisões com jovens, prisões que se tornaram incubadores de novas ondas de extremismo e violência?"

Governo Bush está dividido sobre Irã

O discurso do presidente George W. Bush para justificar a permanência de tropas americanas no Irã revela divisões no governo sobre como tratar a ameaça representada pelo programa nuclear iraniano, observa neste domingo o jornal The New York Times.

Enquanto a secretária de Estado, Condoleezza Rice, é a favor da opção diplomática, o vice-presidente Dick Cheney quer medidas muito mais duras, inclusive um possível bombardeio das instalações nucleares do Irã.

Leia mais no New York Times.

sábado, 15 de setembro de 2007

Al Caeda dá US$ 100 mil por morte de cartunista

A rede terrorista Al Caeda está oferecendo US$ 100 mil para quem matar o cartunista sueco Lars Vilks, que fez recentemente uma caricatura do profeta Maomé com corpo de cachorro publicada em 19 de agosto no jornal Nerikes Allehanda. O islamismo proíbe a representação de homens e animais, e o cachorro ainda é considerado um animal impuro.

Os governos do Irã e do Paquistão exigiram uma desculpa formal do governo sueco e muçulmanos que vivem na Suécia fizeram um protesto diante da sede do jornal.

Em mensagem divulgada na Internet, os terroristas fundamentalistas muçulmanos ameaçam ainda lançar novos ataques, inclusive contra a minoria iazide, alvo no mês passado dos piores atentados ocorridos no Iraque desde a invasão americana de março de 2003.

No ano passado, houve violentos protestos em diversos países contra um jornal conservador dinamarquês que publicou 12 caricaturas de Maomé.

EUA prendem 160 manifestantes contra a guerra

Dezenas de milhares de americanos marcharam hoje da Casa Branca até o Capitólio para exigir o fim da guerra no Iraque. Pelo menos 160 foram presos ao ultrapassar uma barreira colocada pela política para proteger a sede do Congresso dos Estados Unidos.

Os manifestantes gritavam: "O que queremos? A volta dos soldados. Quando queremos? Já!"

No final do protesto, um grupo se jogou no gramado do Capitólio para simular a imagem dos cadáveres dos cerca de 3,7 mil soldados americanos mortos na guerra do Iraque. Como a polícia não reagiu, alguns manifestantes investiram sobre as barreiras que protegiam o Congresso e foram detidos.

Al Caeda ameaça líderes sunitas no Iraque

A rede terrorista Al Caeda ameaça matar os líderes sunitas do Iraque que "mancharam suas reputações" aliando-se às forças dos Estados Unidos. E um bloco xiita radical abandonou o governo de coalizão.

Os dois acontecimentos levantam mais dúvidas sobre o sucesso da estratégia americana de terceirizar a guerra e pressionar o governo iraquano a promover a reconciliação nacional.

Quem fez a ameaça foi o autoproclamado Estado Islâmico do Iraque, que assumiu a responsabilidade pelo atentado que matou na última quinta-feira o xeque Abdel Sattar Abu Richa. Em mensagem na Internet, o Estado Islâmico anunciou a formação de "comissões especiais de segurança" para localizar e "assassinar os líderes tribais, os traidores que mancharam suas reputações ao se submeterem aos soldados da Cruzada" e ao governo chefiado pelo primeiro-ministro Nuri al-Maliki.

Em outra declaração, o suposto líder d'al Caeda, Abu Omar al-Baghdadi, declarou ter a "honra de anunciar" uma nova ofensiva no mês sagrado do Ramadã em homenagem a Abu Mussab al-Zarkawi, morto em 7 de junho de 2006 pelos EUA.

Por outro lado, o grupo ligado ao aiatolá xiita rebelde Muktada al-Sader retirou seu apoio ao governo Maliki por causa de um acordo com os curdos e a aliança com os Estados Unidos.

Agora, o governo Maliki, que chegou a ter uma maioria de 183 deputados na Assembléia Nacional do Iraque, de 275 cadeiras, fica em minoria, com o apoio de apenas 136 deputados. Isso complica ainda mais a reconciliação nacional.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

Sunitas prometem vingança contra Al Caeda

Milhares de árabes sunitas da província de Ambar, no Oeste do Iraque, prometeram nesta sexta-feira vingar a morte de seu líder, xeque Abdel Sattar Abu Richa, assassinado ontem por uma bomba de beira de estrada quando passava com sua comitiva. A rede terrorista Al Caeda assumiu a responsibilidade pelo atentado.

Revoltados, os sunitas levaram o corpo até o cemitério de Ramadi, capital da província, onde Al Caeda já proclamou a fundação do Estado Islâmico do Iraque e os líderes tribais, antes inimigos dos invadores americanos, aliou-se aos Estados Unidos para combater um mal maior: o terrorismo.

O assassinato aconteceu no primeiro dia do mês sagrado do Ramadã e quase um ano depois que Abu Richa organizou a coalizão de 42 tribos para enfrentar Al Caeda, com armas, financiamento e treinamento dados pelos EUA.

"Culpamos Al Caeda e vamos continuar nossa luta e vingar sua morte", declaro o xeque Ahmed Abu Richa, eleito novo líder após o assassinato de seu irmão.

Mundo pós-11/9 na Faculdade Pinheiro Guimarães

Nesta terça-feira, 18 de setembro, farei palestra para os estudantes de jornalismo da Faculdade Pinheiro Guimarães, na Rua Silveira Martins, no Catete, junto com o jornalista Procópio Mineiro, a partir das 19h. Meu tema será o Mundo Pós-11 de Setembro.

Venezuelano da mala de dólares abre nova firma

O empresário venezuelano Guido Alejandro Antonini Wilson, detido em 4 de agosto com US$ 790 mil não-declarados numa maleta, quando tentava entrar na Argentina num avião alugado pela estatal de petróleo, abriu uma nova empresa em Miami, nos Estados Unidos, para continuar fazendo negócios petrolíferos com a Venezuela.

Apesar do pedido de extradição feito pela Justiça argentina, Antonini continua realizando seus negócios suspeitos sem a menor preocupação e o presidente Hugo Chávez não está nem aí, o que sugere que seu governo seja responsável pela tentativa de entrada do dinheiro ilegalmente na Argentina. Como de costume, Chávez atribuiu tudo a uma "conspiração do império", palavra que usa para se referir aos EUA.

ONU aprova declaração de direitos dos indígenas

Por uma esmagadora maioria de 143 países, inclusive o Brasil, e com os votos contrários apenas da Austrália, do Canadá, dos Estados Unidos e da Nova Zelândia, a Assembléia Geral das Nações Unidas aprovou na quinta-feira, 13 de setembro, a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, resultado de 22 anos de debates e negociações.


Jumanda Gakelebone, do Deserto de Kalahari, em Botsuana, festejou: "Estamos alegres e satisfeitos com a adoção desta declaração. Ela reconhece que os governos não podem nos tratar como cidadãos de segunda classe e dá proteção aos povos tribais para que jamais sejam expulsos de suas terras."

Para Kiplangat Cheruiyot, do Quênia, "com esta declaração as vidas dos povos indígenas serão elevadas ao mesmo nível do resto dos cidadãos do mundo".

Já o diretor da organização não-governamental de defesa dos povos indígenas Survival International, Stephen Corry, comentou que "a Declaração dos Direitos dos Povos Indígenas, ao reconhecer os direitos coletivos, elevará os padrões internacionais da mesma maneira que a Declaração Universal dos Direitos do Homem fez há quase 60 anos. Ela estabelece padrões de referência para que o tratamento dos povos indígenas e tribais possa ser julgado.

quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Petróleo fecha pela primeira vez acima de US$ 80

O petróleo bruto para entrega em outubro terminou o dia de hoje cotado a US$ 80,09 por barril na Bolsa Mercantil de Nova Iorque. É a primeira vez que fecha o dia no nível recorde acima de US$ 80.

Na quarta-feira, o Departamento de Energia anunciara uma queda do estoque dos Estados Unidos. O barril passou de US$ 80, mas caiu, fechando em US$ 79,91. Hoje, a ameaça do furacão Humberto para os campos de petróleo e refinarias do Golfo do México provocou nova alta.

Bush anuncia início da retirada do Iraque

Depois de insistir em que sua nova estratégia anunciada em janeiro está dando certo, o presidente George Walker Bush anunciou agora à noite, em cadeia nacional de televisão nos Estados Unidos, o início da retirada das forças americanas. Antes do final do ano, 5,7 mil soldados devem voltar para casa. Até julho, a expectativa é que saiam 30 mil, reduzindo o contingente americano para 130 mil soldados, número do começo do ano.

"O princípio que guia minhas decisões sobre o nível das tropas no Iraque é 'voltar com sucesso'. Quanto mais bem-sucedidos formos, mais soldados americanos podem voltar para casa", declarou Bush.

Leia, no site da CNN, a íntegra do discurso do presidente dos EUA.

Xeque aliado dos EUA é morto no Iraque

Um dos principais aliados na nova estratégia americana de terceirizar a guerra no Iraque, foi assassinado hoje pela explosão de uma bomba quando sua comitiva ia passando.

Abdel Sattar Abu Richa, de 39 anos, presidia o Conselho de Salvação de Ambar, uma província majoritariamente sunita onde a rede terrorista Al Caeda chegou a fundar o Estado Islâmico do Iraque. O conselho reúne líderes tribais que se uniram para combater os terroristas e se aliaram aos Estados Unidos.

No início, eles lutavam contra o invasor americano. Agora, entenderam que um dia os EUA irão embora - e estão querendo ir logo. Querem se livrar d'al Caeda com a ajuda americana porque, caso contrário, o Iraque ameaça cair num estado de guerra civil permanente, como o Líbano.

Risco de recessão nos EUA aumenta

Os analistas econômicos estão aumentando a aposta no risco de uma recessão nos Estados Unidos nos próximos 12 meses, por causa da crise no mercado imobiliário e o resultante aperto de crédito. Mas ainda é mais provável que não haja recessão.

Uma pesquisa realizada pelo Wall Street Journal após o relatório sobre emprego de 7 de setembro, que revelou a primeira queda de postos de trabalho nos EUA em quatro anos, aumentou o risco de recessão de 28% para 36%.

A economia como um todo sofre o impacto da crise no setor habitacional, que implica menos construções, menos casas novas e conseqüentes quedas nas vendas de imóveis e eletrodomésticos.

Agora, os economistas prevêem um crescimento do PIB a uma taxa anual de 1,9% no último trimestre do ano, bem acima da estimativa anterior, de 2,5%, feita no mês passado.

O euro atingiu um nível recorde de US$ 1,39 e a previsão do secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson, de que a crise financeira será prolongada não ajuda.

Putin troca primeiro-ministro da Rússia

O presidente Vladimir Putin seguiu ontem o exemplo de seu antecessor, Boris Yeltsin, indicando um político desconhecido, Viktor Zubkov, para primeiro-ministro, em substituição a Mikhail Fradkov.

Yeltsin fez o mesmo com Putin em 1999. Deu-lhe a condução da segunda guerra na Chechênia e renunciou no final do ano, entregando-lhe a presidência, o que facilitou a primeira vitória eleitoral de Putin, na eleição presidencial de março de 2000. Reeleito em 2004, ele não pode ser novamente candidato, a não ser em caso de reforma constitucional. Mas quer manter a tradição russa de que o Kremlin indica o novo líder.

Putin era diretor do Birô Federal de Segurança, sucessor do KGB (Comitê de Defesa do Estado), a temida polícia política da União Soviética. Zubkov sai do Serviço Federal de Controle de Atividades Financeiras, o que por si só representa uma ameaça aos oligarcas ou "barões ladrões" que fizeram fortuna com as privatizações da transição do comunismo para o capitalismo.

Moscou é hoje a cidade com mais milionários do mundo, fora os que fugiram do país temendo o autoritarismo de Putin, como Boris Berezovski, acusado de usar a MSI e o Corinthians para lavar dinheiro.

Com um burocrata cinzento como Zubkov como candidato em potencial, a imprensa alemã especula se Putin não estaria armando um esquema para conquistar um terceiro mandato. Energia não falta a esse ex-agente secreto elativamente jovem e atlético.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Senado faz do Brasil república de bananas

A absolvição de Renan Calheiros fede. Ele merecia estar na cadeia mas vai continuar presidindo o Senado, o que o torna substituto do presidente da República, no impedimento do vice-presidente e do presidente da Câmara. Isto faz do Brasil uma república de bananas no pior estilo, daquelas do clichê do cinema hollywoodiano onde canalhas e corruptos ocupam os mais altos cargos de uma nação qualquer perdida ao Sul do Rio Grande.

É inacreditável a que ponto decaiu a vida pública no Brasil. A corrupção é histórica e endêmica na política brasileira, mas o Senado foi palco de grandes debates, por exemplo, quando Jarbas Passarinho defedia o regime militar e Paulo Brossard o atacava.

Em 1974, no início do governo do general Ernesto Geisel (1974-78), quando a crise do petróleo acabou com o "milagre econômico brasileiro", a oposição, representada pelo Movimento Democrático Brasileiro (MDB), ganhou as eleições em 16 dos 22 estados. Como os governadores eram nomeados pelo ditador de plantão, a eleição majoritária era para o Senado.

Elegeram-se Paulo Brossard, Franco Montoro, Roberto Saturnino, Marcos Freire, nomes que honraram os mandatos que lhes foram conferidos pelo povo brasileiro. Daquele velho MDB, sobram hoje, no Senado, Jarbas Vasconcelos e Pedro Simon. O resto do PMDB e o governo Lula trabalharam ativamente pela absolvição de Renan Calheiros.

Desde que se descobriu que o lobista de uma empreiteira pagava as contas de Calheiros com uma ex-namorada com quem tem uma filha, o senador apresentou notas frias, foi acusado de fazer lobby para a tal empreiteira e para uma cervejaria, forjou negócios com gado. Mentiu descaradamente, ameaçou colegas e usou a máquina do Senado a ponto de seguranças terem trocado socos com deputados que queriam assistir à sessão secreta, manobra mafiosa para encobrir a traição aos eleitores.

Renan tem fazendas em nome de laranjas, onde seu gado precisaria ter uma produtividade superior à da chamada Califórnia paulista para justificar seus gastos, embora fosse mais do que evidente que os açougues do interior de Alagoas usados na defesa do presidente do Senado não tinham capacidade de comprar e revender a quantidade de carne alegada.

Mas 40 bananões devem considerar tudo isso absolutamente normal, porque votaram pela sua absolvição. Como 35 senadores que merecem essa denominação votaram a favor, os votos decisivos foram as seis abstenções, que incluem - pasmem - Aloizio Mercadante, que um dia foi um homem honrado mas alegou falta de provas para fazer o jogo sujo do Palácio do Planalto.

Será uma vitória de Pirro (general que venceu Roma duas vezes mas sofreu tantas perdas que foi derrotado na terceira batalha), mas dá uma sobrevida a um político totalmente desmoralizado que, num país decente, iria para a cadeia ou estaria negociando com a Justiça uma confissão de culpa em troca de uma pena menor.

Aliás, as Filipinas acabam de condenar o ex-presidente Joseph Estrada à prisão perpétua por corrupção e desvio de dinheiro público, cerca de US$ 80 milhões, provavelmente muito menos do que girou nos recentes escândalos políticos brasileiros.

Mais impressionante é o governo Lula, de onde saiu a maioria dos processados por "formação de quadrilha" no escândalo do mensalão, apoiar um cadáver político como Renan. Só adia seu funeral e o fim da crise. Não aprendeu nada. Considera-se absolvido pelas urnas, como tantos mensaleiros. Não ouviu a voz das ruas.

Em nome da governabilidade - ah, governabilidade!, quantos crimes se cometem em teu nome -, o governo teria negociado a absolvição em troca de uma possível renúncia à Presidência do Senado. Renan preservaria o mandato e a bufunfa de senador. Mas a luta para cassar este político oportunista, que foi líder do governo Fernando Collor mas o traiu assim que o vento mudou, em nome de uma ética que nunca teve, continua.

A queixa mais grave contra Renan em tramitação na Comissão de Ética do Senado o acusa de ter comprado empresas de comunicação, um jornal e uma rádio, por meio de laranjas.

Isso significa que ele comprou fazendas e outras empresas não-declaradas à Receita Federal, o que é crime de sonegação fiscal, aumentando seu patrimônio de forma incompatível com seus proventos como senador desta triste república bananeira. Mas o charme das repúblicas bananeiras é que os grandes macacos podem se locupletar e pretextar a inocência de uma vestal.

Agora os senhores senadores podem rasgar as vestes e sair por aí em folhas de parreira distribuindo bananas para a plebe rude porque foi isso que Renan e seus cúmplices fizeram neste 12 de setembro: deram bananas para o povo, perdendo a oportunidade de fortalecer a instituição e mostrar que o país marcha para o desenvolvimento e para se tornar um dos líderes do século 21.

O Senado está nu.

Yes, nós somos bananas!

Petróleo bate recorde e atinge US$ 80

O preço do barril de petróleo fechou hoje no nível recorde de US$ 79,91 na Bolsa Mercantil de Nova Iorque, depois de passar de US$ 80 pela primeira vez nos negócios ao longo do dia, quando chegou a US$ 80,18.

Para os analistas, um dos maiores problemas é o aumento no risco de uma recessão nos Estados Unidos, que teria reflexos sobre toda a economia internacional.

Brasil cresce em ritmo de 4,9% ao ano

A economia brasileira cresceu no primeiro semestre do ano 4,9% ao ano em relação ao mesmo período no ano passado, no ritmo mais forte desde 2004, anunciou hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Em relação ao trimestre anterior, a expansão no terceiro semestre foi de 0,8% ao ano, abaixo da expectativa do mercado, que era de 1,2% no trimestre, mas o produto interno bruto (PIB) foi 5,4% maior do que em igual período no ano passao. Mesmo assim, o Brasil ainda cresce muito menos do que a China e a Índia, que se firmam como superpotências.

O dado positivo é que o ritmo de crescimento vem aumentando de trimestre a trimestre desde o ano passado, graças à expansão do crédito e do investimento. A indústria cresceu mais de 6% nos últimos 12 meses. Os serviços também foram bem mas a agricultura decepcionou, com apenas 2,5% ao ano.

Uma diferença em relação a 2004 é que, naquele ano, o crescimento foi puxado pela economia internacional; agora, o crescimento brasileiro está sendo impulsionado pelo consumo e pelo investimento interno. Como o crescimento do investimento foi superior ao do consumo, o país está aumentando sua capacidade instalada para atender ao crescimento da demanda. Isso cria uma perspectiva de desenvolvimento sustentado.

Primeiro-ministro do Japão renuncia

Depois de levar o Partido Liberal-Democrata a sua maior derrota em julho, quando o PLD perdeu a maioria no Senado pela primeira na História do Japão, o primeiro-ministro Shinzo Abe acaba de pedir demissão.

Abe não teve força para resolver problemas da Previdência, essencial num país que envelhece rapidamente. Seu governo foi marcado pela corrupção. Um ministro caiu depois de afirmar que ataque a Hiroxima com a bomba atômica, no final da Segunda Guerra Mundial, era compreensível. Já o ministro da Agricultura se suicidou.

No Japão, os corruptos não têm vergonha de roubar, como aqui. A diferença é que, quando são flagrados e denunciados por seus crimes, se matam porque a honra é um valor muito importante na cultura japonesa.

O PLD governa o Japão desde que foi criado, reunindo partidos conservadores, em 1955, com uma breve interrupção em 1993 e 1994. Seu próximo líder será o novo primeiro-ministro japonês. O favorito é o ministro do Exterior, Taro Aso, que esteve recentemente no Brasil mas só deu entrevista ao jornal São Paulo Shimbun, da comunidade japonesa

Bush anuncia em breve início da retirada do Iraque

Nos próximos dias, o presidente George Walker Bush vai dizer que seguiu a recomendação de seu comandante militar no Iraque, general David Petraeus e anunciar o início da retirada das tropas americanas do país invadido em março de 2003.

Até julho de 2008, 30 mil soldados americanos devem voltar para os Estados Unidos, o que reduziria o contingente para 130 mil, mesmo nível do início deste ano, antes do reforço proposto por Bush em janeiro tendo em vista principalmente controlar a violência em Bagdá.

O general Petraeus enfrentou uma feroz barragem de artilharia da oposição democrata, que hoje domina a Câmara e o Senado dos EUA. Um senador perguntou quantos bilhões de dólares e quantas vidas de americanos custará a estratégia de retirar apenas o número de soldados que foram para o Iraque este ano.

Ex-presidente é condenado à prisão perpétua

O ex-presidente das Filipinas Joseph Estrada, um ex-ator popular de filmes de má qualidade, hoje com 70 anos, foi condenado à prisão perpétua por corrupção e desvio de quantia equivalente a US$ 80 milhões. Mesmo que um dia seja libertado, jamais poderá voltar a exercer cargo público.

Estrada foi deposto por uma rebelião militar e substituído por sua vice-presidente, Gloria Macapagal Arroyo, que foi reeleita por seis anos em 2004 e continua no poder.

Com medo de grandes manifestações populares em apoio a Estrada, o governo filipino colocou 15 mil policiais nas ruas da Manila. Mas pouco mais de 300 pessoas protestaram.

Em entrevista à televisão, o ex-presidente pretextou inocência. Mas não explicou como a fortuna foi parar em suas contas bancárias.

Ator encosta em Giuliani na corrida à Casa Branca

Mal entrou na corrida à Casa Branca na luta pela candidatura do Partido Republicano em 2008, o ator e ex-senador Fred Thompson já encostou no ex-prefeito de Nova Iorque, Rudolph Giuliani, que ganhou estatura presidencial ao coordenar as operações de socorro em Nova Iorque em 11 de setembro de 2001.

Em pesquisa divulgada nesta terça-feira pela rede de televisão americana CNN, Giuliani tinha apenas um ponto percentual de vantagem contra Thompson: 28% contra 27%. A margem de erro é de mais ou menos 2,5 pontos percentuais.

No mês passado, Giuliani liderava com 29% contra 22% para Thompson, que ainda não anunciara oficialmente sua candidatura.

"Thompson leva vantagem entre os republicanos evangélicos e especialmente entre os sulistas. Foi onde ele teve seus maiores ganhos", comentou Bill Schneider, analista político da TV.

O problema de Giuliani é que, como ex-prefeito de Nova Iorque, ele é liberal demais politicamente para o Partido Republicano: é a favor da união homossexual, já se deixou fotografar como drag queen, é a favor do aborto. Vai contra o eleitorado de sua próprio partido.

Além disso, os policiais e bombeiros de Nova Iorque tiraram um tanto da aura de herói conquista por Giuliani em 11 de setembro. Seus colegas entraram no World Trade Center, em 2001, com o mesmo equipamento usado para enfrentar o primeiro atentado contra as torres gêmeas, em 1993. Se pudessem se comunicar, pelo menos mais alguns talvez pudessem ter escapado do desabamento das torres.

Leia mais no site da CNN.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

Ossama zomba e Bush mente em 11/9

Seis anos depois dos atentados de 11 de setembro, Ossama ben Laden zomba do poder dos Estados Unidos e o presidente George Walker Bush ainda insiste nas ligações entre a rede terrorista Al Caeda e a ditadura de Saddam Hussein no Iraque.

Mas a realidade é que a guerra no Iraque foi um desvio na luta contra o terrorismo que acabou alimentando o inimigo, que está infiltrado, sobretudo na Europa e tentando cometer novas atrocidades, como nos casos recentes em Londres e Glasgow, no Reino Unido; e em Hamburgo, na Alemanha.

Ben Laden divulgou nova mensagem, exaltando um dos "mártires" de 11 de setembro de 2001, maneira como se refere aos 19 terroristas suicidas que atacaram os EUA. E Bush alegou que Al Caeda no Iraque é a prova de que ele estava certo ao invadir o país e depor Saddam Hussein.

Foi interessante uma matéria da TV CNN que editou várias declarações de Bush e do vice-presidente Dick Cheney insistindo numa ligação de Saddam com os atentados de 11 de setembro. Cheney chega a dizer que Mohammed Atta, piloto do avião que bateu na Torre Norte do World Trade Center às 8h45 e que aparentemente era o líder da operação, trabalhava para Saddam, citando um suposto encotro de Atta com um agente iraquiano em Praga, uma hipótese jamais confirmada.

Como Bush é o tipo de idiota que acredita nas suas próprias mentiras, o mundo terá de suportar um presidente da hiperpotência totalmente divorciado da realidade.

Ossama deve estar rindo. Uma pesquisa feita no Paquistão revela que um terço da população apóia os Talebã e Al Caeda e apenas 19% têm uma opinião favorável dos EUA, apesar da ajuda americana depois do terremoto de outubro de 2005 na região da Caxemira, disputada pela Índia e o Paquistão.

Catorze candidatos disputam a Casa Rosada

A favorita para vencer a eleição presidencial de 28 de outubro na Argentina é a senadora e primeira-dama Cristina Fernández de Kirchner. Com mais de 40% das preferências, ela pode ganhar no primeiro turno se tiver 45% dos votos válidos ou 40% e nenhum outro candidato chegar a 30%.

Dos outros 13 candidatos, no momento a melhor colocada é a líder esquerdista Elisa Carrió, da Aliança por uma República Independente, com 12%, seguida pelos ex-ministros da Economia Roberto Lavagna, que renegociou a dívida argentina depois do calote de 2001, e Ricardo López Murphy, que não conseguiu resolver o problema do governo De la Rúa (1999-2001) e foi substituído por Domingo Cavallo, que criara a paridade dólar-peso no governo Carlos Menem (1989-99) mas não soube se livrar dela.

Morre Anita Roddick, fundadora da BodyShop

Anita Roddick, que transformou seus ideias num negócio lucrativo e politicamente correto, morreu de hemorragia cerebral na segunda-feira aos 64 anos. Ela tinha hepatite C e desenvolvera cirrose hepática, uma das conseqüências da doença.

Anita começou abrindo uma simples loja de cosméticos ecologicamente corretos, não-testados em animais, a BodyShop, em 1976, em Brighton, uma cidade à beira-mar no Sul da Inglaterra. Hoje, são mais de 2 mil lojas em 50 países.

No ano passado, a BodyShop foi vendida para a l'Oreal, da França, mas retém sua marca e sua identidade, e continua a ser administrada como uma empresa independente.

A BodyShop de Anita não fazia propaganda de seus produtos e aproveitava as vitrines de suas lojas para promover a proteção à natureza e a defesa do meio ambiente. Na busca de matérias-primas para seus produtos, Anita Roddick foi parar na Amazônia. Lançou uma linha de produtos à base de castanha-do-pará e aproveitou os índios e a Floresta Amazônica para promovê-los. Seus críticos, inclusive a organização não-governamental Survival International a acusaram de faturar em cima dos índios dando-lhe uma participação irrisória nas vendas.

Contrária à ditadura da beleza e ao padrão estético anoréxicos das passarelas da moda, Anita lançou uma linha de produtos para gordinhas. O símbolo era Ruby, uma boneca inspirada nas mulheres do pintor flamengo Pieter Paul Rubens, do século 17, uma época em que magreza era sinal de tuberculose.

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, lamentou a morte de Anita Roddick, destacando como um exemplo de "grande ativista" e "grande empresária".

Paquistão impede volta de ex-primeiro-ministro

Os militares do Paquistão impediram a entrada no país do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, deposto em 1999 pelo atual presidente, general Pervez Musharraf. Sharif, que estava exilado na Inglaterra, ficou retido no aeroporto durante quatro horas, negou-se a entregar seu passaporte e foi expulso para a Arábia Saudita.

segunda-feira, 10 de setembro de 2007

Ciclo de Palestras Sérgio Vieira de Mello

O Conselho Britânico convida para o lançamento do Ciclo de Palestras em homenagem ao embaixador Sérgio Vieira de Mello, parte de seu projeto Uma Nova Consciência dos Direitos Humanos, em 13 de setembro de 2007, das 18h às 21h, no Pavimento de Convenções do Centro Empresarial Rio, na Praia de Botafogo 228, 2º andar, no Rio de Janeiro.

Os palestrantes convidados são:
• Alessandro Molon, deputado estatual, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio;
• Leslie Bethell, historiador, diretor, Centro do Estudos Brasileiros da Universidade de Oxford, na Inglaterra;
• Oscar Vilhena, coordenador de pós-graduação em Direito da Fundação Getúlio Vargas, São Paulo; e
• Sital Dhillion, diretor do Conselho Britânico no Rio de Janeiro.

Quem estiver interessado deve ligar para 21-2105 7651 ou enviar email para ana.bessa@britishcouncil.org.br

General Petraeus defende estratégia para o Iraque

Ao avaliar o resultado da nova estratégia para o Iraque anunciada em janeiro pelo presidente George Walker Bush, o comandante militar dos Estados Unidos na guerra, general David Petraeus, declarou ao Congresso que o aumento do contingente americano para 160 mil soldados está dando resultado e que antes do final deste mês será possível iniciar uma retirada parcial.

"O curso dos acontecimentos no Iraque indica um declínio consistente da violência", afirmou o general. "Acredito que poderemos reduzir nosso contingente para o nível anterior ao reforço deste ano sem prejudicar os ganhos alcançados, no próximo verão" no Hemisfério Norte. Ou seja: a retirada começaria no fim deste mês e, em julho de 2008, o total seria reduzido aos 130 mil soldados que estavam no Iraque antes do reforço para implementar a nova estratégia de Bush.

Em resumo, o general Petraeus registra avanços militares mas pouco progresso na parte política, no funcionamento do governo iraquiano e na reconciliação nacional.

Leia a íntegra do depoimento do comandante militar americano no Iraque no site da CNN.

"UE precisa estratégia comum ante desafio russo"

A União Européia precisa articular uma estratégia comum diante dos desafios da Rússia, declarou em Madri o ministro do Exterior britânico, David Miliband.

Entre as questões, está a chantagem energética que o Kremlin faz, sobretudo com os países da antiga União Soviética, e as ameaças russa de abandonar o Tratado sobre Forças Convencionais na Europa, de 1990, e de reinstalar mísseis nucleares de médio alcance apontados para a Europa, se os Estados Unidos instalarem o escudo antimísseis do Programa Guerra nas Estrelas 2.

Mal assumiu o cargo, o jovem Miliband, de 41 anos, principal herdeiro do blairismo no Partido Trabalhista do Reino Unido, teve de encarar o urso russo. O governo Vladimir Putin nega-se a extraditar Andrei Lugovoi, suspeito de matar o ex-agente secreto Alexander Litvinenko, em novembro do ano passado, em Londres, envenenando-o com polônio-210, um elemento radioativo.

"A Rússia está testando a UE", afirmou o ministro britânico. Na sua opinião, a única resposta possível é a adoção de "uma estratégia conjunta. Ele defendeu ainda o ingresso da Turquia na UE".

Carta Aberta ao Senado: Fora, Renan!

Prezado(a)s Sr(a)s,

Chegou a hora! Nesta quarta-feira, o povo brasileiro vai saber se ainda resta um pingo de dignidade no Senado da República.

É hora de dar um basta às mentiras de um presidente do Senado desmoralizado por suas relações suspeitas com lobistas e laranjas, por apresentar notas frias e ter tido um aumento de patrimônio incompatível com seus vencimentos como senador.

Se o Senado absolver Renan, que a cada semana é alvo de novo inquérito, no momento em que o PT lança propostas de inspiração chavista de extinção do Senado, estará cometendo suicídio político.

A nação não agüenta mais tanto roubo de dinheiro público, tanta desfaçatez, tanta cara-de-pau. Em nenhum país civilizado isso é tolerado. São políticos dessa laia e os empresários corruptos que os subornam os maiores responsáveis pelo subdesenvolvimento do Brasil.

Mas isto está mudando. Este país está destinado a ser uma potência mundial - e o será, apesar de sua classe política, com as exceções de praxe uma vergonha para o povo brasileiro, que em parte de deixa iludir por causa de seu baixo nível de escolaridade.

Um dia a educação do povo varrerá os políticos corruptos do Parlamento. Por isso, os corruptos e ladrões são sócios do atraso, na medida em que é o ambiente ideal para seus crimes.

Este é um apelo final para que votem com suas consciências, sabendo que determinadas práticas emperram o desenvolvimento nacional ao premiarem a desonestidade, a corrupção, a incompetência e o tráfico de influência.

É ilusão imaginar que se possa construir um país rico, moderno e desenvolvido com negócios escusos e dinheiro
por baixo do pano (ou na cueca). Todas as licitações são suspeitas quando tudo não passa de uma "ação entre amigos". A proteção à natureza é loteada, enquanto 300 mil focos de incêndio, só neste ano, destroem nossas riquezas naturais. Doentes morrem por falta de transporte e atendimento médico enquanto 'sanguessugas' superfaturam ambulâncias.

Basta! Chegou a hora de mostrar que o Senado está sintonizado com este Brasil que desponta como uma das potências
mundiais do século 21. Este é o dilema de vocês: mostrar-se à altura do desafio.

Se o Senado não souber resolver seus próprios problemas internos, cassando o senador Renan Calheiros e todos os outros envolvidos em escândalos de corrupção, tornar-se-á irrelevante.

Veja aqui a lista completa dos endereços eletrônicos dos senadores e mande sua própria mensagem:
adelmir.santana@senador.gov.br, alfredon@senador.gov.br, almeida.lima@senador.gov.br, mercadante@senador.gov.br, alvarodias@senador.gov.br, antval@senador.gov.br, arthur.virgilio@senador.gov.br, acmjr@senado.gov.br, augusto.botelho@senador.gov.br, cesarborges@senador.gov.br, cicero.lucena@senador.gov.br, cristovam@senador.gov.br, delcidio.amaral@senador.gov.br, demostenes.torres@senador.gov.br, edison.lobao@senador.gov.br, eduardo.azeredo@senador.gov.br, eduardo.suplicy@senador.gov.br, efraim.morais@senador.gov.br, eliseuresende@senador.gov.br, ecafeteira@senador.gov.br, expedito.junior@senador.gov.br, fatima.cleide@senadora.gov.br, fernando.collor@senador.gov.br, flavioarns@senador.gov.br, flexaribeiro@senador.gov.br, francisco.dornelles@senador.gov.br, garibaldi.alves@senador.gov.br, geraldo.mesquita@senador.gov.br, gerson.camata@senador.gov.br, gilvamborges@senador.gov.br, heraclito.fortes@senador.gov.br, ideli.salvatti@senadora.gov.br, inacioarruda@senador.gov.br, jayme.campos@senador.gov.br, jefperes@senador.gov.br, joaodurval@senador.gov.br, joaoribeiro@senador.gov.br, jtenorio@senador.gov.br, j.v.claudino@senador.gov.br, jonaspinheiro@senador.gov.br, jose.agripino@senador.gov.br, jose.maranhao@senador.gov.br, josenery@senador.gov.br, sarney@senador.gov.br, katia.abreu@senadora.gov.br, leomar@senador.gov.br, lucia.vania@senadora.gov.br, magnomalta@senador.gov.br, maosanta@senador.gov.br, crivella@senador.gov.br, marco.maciel@senador.gov.br, marconi.perillo@senador.gov.br, maria.carmo@senadora.gov.br, mario.couto@senador.gov.br, marisa.serrano@senadora.gov.br, mozarildo@senador.gov.br, neutodeconto@senador.gov.br, osmardias@senador.gov.br, papaleo@senador.gov.br, patricia@senadora.gov.br, paulo.duque@senador.gov.br, paulopaim@senador.gov.br, simon@senador.gov.br, raimundocolombo@senador.gov.br, renan.calheiros@senador.gov.br, renatoc@senador.gov.br, romero.juca@senador.gov.br, romeu.tuma@senador.gov.br, rosalba.ciarlini@senadora.gov.br, roseana.sarney@senadora.gov.br, sergio.guerra@senador.gov.br, sergio.zambiasi@senador.gov.br, serys@senadora.gov.br, siba@senador.gov.br, tasso.jereissati@senador.gov.br, tiao.viana@senador.gov.br, valdir.raupp@senador.gov.br, valterpereira@senador.gov.br, wellington.salgado@senador.gov.br.

domingo, 9 de setembro de 2007

Violência diminui em Bagdá mas está longe do fim

Na véspera do depoimento ao Congresso do comandante militar dos Estados Unidos no Iraque, general David Petraeus, o jornal The New York Times avalia que, "sete meses depois que o reforço das tropas americanas começou, Bagdá apresenta ganhos modestos de segurança que não conseguem reverter a dinâmica da violência sectária nem criar um governo nacional unido e confiável".

A reportagem admite que "houve melhoras. Os dados dos militares americanos indicam que as mortes pelo conflito sectário caíram substancialmente. Em muitas áreas de Bagdá arrasadas pelas batalhas, inclusive os bairros de Mansur, no Oeste, e Ur, no Leste, as feiras, os mercados, as praças e os parques estão renascendo."

Uma mudança importante desde que a nova estratégia foi anunciada em janeiro pelo presidente George Walker Bush foi "uma reviravolta dramática em muitas áreas sunitas onde ex-rebeldes e tribos pararam de apoiar a violência extremista" de grupos jihadistas como Al Caeda, "dando dicas valiosas e ajudando os americanos e descobrir e destruir as fábricas de carros-bomba. Uma média de 23 carros-bomba por mês explodiram em Bagdá em junho, julho e agosto, abaixo da média de 42 no mesmo período no ano passado.

"Mas o impacto geral, até agora, tem sido limitado", conclui o mais influente jornal dos EUA. Às vezes, uma boa notícia é resultado de outra má. Por exemplo: a violência sectária diminuiu em algumas áreas de Bagdá de onde as minorias fugiram. Mais de 35 mil pessoas abandonaram suas casas na capital iraquiana desde que a nova estratégia de Bush entrou em ação.

Leia mais na reportagem do New York Times.

sábado, 8 de setembro de 2007

Novos bushismos: gafes na Austrália

O presidente dos Estados Unidos abusou mais uma vez de sua própria ignorância. Em visita à Austrália para participar do encontro de cúpula do fórum de Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico (APEC, da sigla em inglês), George Walker Bush agradeceu ao primeiro-ministro John Howard pelo convite para participar da reunião da OPEC, sigla em inglês para a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), onde ele como importador não seria convidado.

Depois, agradeceu mais uma vez a Howard, desta vez pela presença de "tropas austríacas" no Iraque, em vez de austrialianas) (em inglês, disse "Austrian", quando deveria ter dito "Australian").

Na primeira vez, o próprio Bush se deu conta. Na segunda, alguém teve de avisá-lo. E ele ainda tentou sair do palco pelo lado errado.

Atentado mata pelo menos 28 na Argélia

Pelo menos 28 pessoas morreram com a explosão de um carro-bomba na província de Delis, no Leste da Argélia, no Norte de África. O atentado, atribuído a terroristas fundamentalistas muçulmanos, aconteceu dois dias depois que um terrorista suicida atacou a comitiva do presidente Abdelaziz Bouteflika, na mesma região do país, matando 22 pessoas.

A Argélia viveu uma guerra civil no início dos anos 90, depois que o regime militar anulou as eleições legislativas, que haviam sido ganhas no primeiro turno pela Frente Islâmica de Salvação, que faria grande maioria no Parlamento. Estima-se que morreram entre 75 e 100 mil pessoas no conflito.

sexta-feira, 7 de setembro de 2007

Ben Laden acusa EUA de errar como URSS no Afeganistão ao não sair logo do Iraque

Em mensagem de vídeo de 30 minutos divulgada hoje pela TV árabe Al Jazira, o líder terrorista Ossama ben Laden acusou o governo dos Estados Unidos de repetir o erro cometido pela União Soviética no Afeganistão ao não retirar suas forças no Iraque, numa insinuação de que a vitória americana é impossível. Propôs que os americanos se convertam ao islamismo.

"Povo americano, o mundo está acompanhando o noticiário sobre sua invasão do Iraque", disse o terrorista saudita. "Depois das várias tragédias desta guerra, a imensa maioria de vocês quer pará-la. Então, vocês elegeram o Partido Democrata com este propósito, masos democratas não tomaram nenhuma medida que valha a pena mencionar. Ao contrário, continuaram concordando em gastar dezenas de bilhões para continuar a matança."

Ben Laden parece mais gordo. Sua barba foi aparada e tingida de preto. Isso provocou uma discussão nos fóruns de jihadistas na Internet questionando se o islamismo permite aparar a barba.

Para o professor Bruce Hoffman, da Universidade Georgetown, nos EUA, esta mudança de imagem reflete uma necessidade de se camuflar, de se apresentar como um mutante capaz de iludir o inimigo. Já Mohammed Hafez, professor convidado da Universidade de Missouri, vê Ben Laden tentando falar diretamente ao povo americano, por cima de seus dirigentes, republicanos e democratas, que nas suas palavras nada fazem para acabar com a guerra no Iraque.

Com suas visões conspiratórias, Ben Laden vê a mão invisível das grandes empresas multinacionais, que na sua opinião estariam se beneficiando com a guerra, numa interpretação mais para marxista revolucionária do que islâmica.

Este é o verdadeiro Ossama, um guerrilheiro messiânico que mistura o Corão doutrinas revolucionárias, a exemplo do que o aiatolá Khomeini fizera na revolução islâmica no Irã, e usa as mais modernas tecnologias para lutar por um puritanismo extremado que mais representa a volta a um passado idealizado que nunca existiu.

Da mesma forma que os marxistas, Ben Laden culpa o capitalismo e a democracia liberal para males do mundo, e adota a interpretação leninista de que esses sistemas são intrinsecamente corruptos e militaristas. Kennedy "poderia ter encerrado a Guerra do Vietnã, não fosse o complexo industrial-militar".

Na sua visão simplista da História, o líder do grupo responsável pelos atentados de 11 de setembro de 2001 sugere que os judeus teriam escapado do Holocausto se tivessem pedido proteção aos muçulmanos, como se árabes e judeus não estivessem se matando no Oriente Médio já naquela época, entre outras razões por causa da crescente imigração de judeus que fugiam do nazismo mesmo antes do início da Segunda Guerra Mundial.

A última aparição de Ben Laden em vídeo tinha sido há quase três anos, antes das eleições americanas de novembro de 2004. Ele falou de temas recentes, como as eleições muncipais na Grã-Bretanha e as eleições presidenciais e legislativas na França.

Ao abordar uma variedade tão grande de temas, Ossama parece muito empenhado ter opinião e dar palpite sobre tudo. Isso indica um desejo de reassumir o controle de um movimento que ele lançou mas que hoje está nas mãos de milhares de militantes fanáticos cada vez mais autônomos. Refugiado nas montanhas da fronteira do Paquistão com o Afeganistão, onde se acredita que ele esteja, Ben Laden está distante da jihad cotidiana.

Em certo sentido, observa o professor Mohammed Hafez, "o que Ben Laden está tentando realmente fazer é pegar temas de Ahmadinejad e Chávez, isto é, tentar retratar a América como uma potência hegemônica agressiva que não se preocupa com questões como, por exemplo, o meio ambiente e o aquecimento global. Essencialmente, está dizendo ao mundo: vocês devem ficar longe dos EUA, não devem cooperar com os EUA, aí estarão seguros. Esta é a mensagem".

Ao mesmo tempo, está tentando apelar para uma subcultura jovem, sobretudo na Europa, onde jovens têm se convertido ou Islã ou pode ser convertidos, uma juventude antiglobalização, anti-hegemônica, antiimperialista e anticapitalista.

A mensagem pode ter sido calibrada para ter apelo junto a um público maior, incluindo não apenas os jihadistas tradicionais, no caso, jovens muçulmanos que se sentem discriminados na Europa, mas também jovens que possam se converter ao islamismo.

Ossama mencionou Arrogância Imperial: Por Que o Ocidente Está Perdendo a Guerra contra o Terror?, do livro do ex-analista da CIA Michael Scheuer, e recomendou a leitura de Noam Chomsky mas não do profeta Maomé ou de Saïd Kutub, egípcio, o ideólogo do jihadismo universal, defensor da idéia de que o mundo só terá paz quando todos estiverem convertidos ao verdadeiro Deus.

Mais uma vez, Ben Laden assume, desta vez claramente, a responsabilidade pelos atentados terroristas contra os EUA ao dizer que os americanos não podem negar sua culpa pelas mortes no Iraque: "Seria o mesmo se eu negasse que derramei o sangue de seus filhos."

Nos últimos dois anos, quando Ben Laden não mandou mensagens de vídeo, ele foi superado por seu lugar-tenente, o médico egípcio Ayman al Zawahiri. Nesse período, Zawahiri divulgou mais de 30 mensagens de áudio e vídeo, quadruplicou o braço de mídia d'al Caeda e teria sido o responsável pelo ressurgimento da rede terrorista depois da queda dos talebã no Afeganistão.