terça-feira, 31 de julho de 2007

O cinema está de luto por Bergman e Antonioni

Em dois dias, foram anunciadas as mortes de dois dos maiores gênios do cinema: o sueco Ingmar Bergman, aos 89 anos, e Michelangelo Antonioni, de 94. Foram dois intelectuais que fizeram um cinema de autor, hermético, sem o compromisso com o mercado da cultura de massa.

Com sua introspecção e um pessimismo nórdico, Bergman explorou os abismos da alma humana em obra-primas como O Sétimo Selo, A Flauta Mágica, A Hora do Amor, Gritos e Sussuros, Cenas de um Casamento, Sonata de Outono, Fanny & Alexander, entre outros filmes densos, pesados, profundos e arrasadores.

Antonioni, um dos mestres do neo-realismo italiano, ao lado de Roberto Rosselini, Luchino Visconti e outros. Eles queriam sair dos estúdios e filmar o mundo real. Antonioni foi o autor de dois clássicos da contracultura dos anos 60 e 70: Blow Up e Zabriskie Point.

Blow Up é a história inacabada de um crime não-resolvido descoberto por acaso na ampliação de uma foto tirada num parque de Londres. Em suas andanças pela cidade, o fotógrafo entra num show dos Yardbirds, banda que reunia três dos melhores guitarristas do mundo: Eric Clapton, Jeff Back e Jimmy Page.

Zabriskie Point, filmado nos EUA, com um enredo sobre a contracultura e o movimento hippie, traz na trilha sonora Rolling Stones, Grateful Dead e Pink Floyd. O Pink Floyd compôs especialmente para o filme de Antonioni, que termina espetacularmente. Numa crítica à sociedade de consumo, os eletrodomésticos de uma casa da classe média americana são detonados um a um ao som cósmico do Pink Floyd.

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