quinta-feira, 28 de junho de 2007

Giuliani acusa Bill Clinton pelo 11 de setembro

O ex-prefeito de Nova Iorque Rudolph Giuliani, líder na disputa pela candidatura do Partido Republicano à eleição presidencial de 2008 nos Estados Unidos, acusa o ex-presidente Bill Clinton de não ter reagido com a força necessária depois do primeiro atentado contra o World Trade Center, em 1993.

Seu tema repetia uma velha jogada republicana para amedrontar o eleitorado: os democratas dão fracos e ingênuos para conduzir a guerra. Ao atacar Bill, ele também atinge Hillary Clinton, até o momento a favorita para conquistar a Casa Branca em 2008.

"Terroristas muçulmanos mataram mais de 500 americanos antes de 11 de setembro. Muitas pessoas pensam que o primeiro ataque contra os EUA foi em 11 de setembro de 2001. Não foi. Foi em 1993", declarou Giuliani.

Como prefeito de Nova Iorque no dia dos atentados, ele posou como presidente dos EUA, enquanto George W. Bush sumiu, protegido pelo serviço secreto, por medo de novos ataques.

Mas o Corpo de Bombeiros e a Polícia de Nova Iorque não ficaram com uma imagem tão favorável de Giuliani. Ele é acusado de não ter modernizado o sistema de radiocomunicação depois do primeiro atentado, em 1993. Os bombeiros e policiais que entraram nas Torres Gêmeas logo após os atentados de 2001, usavam equipamentos da mesma geração tecnológicas que seus colegas tinham em 1993. Só que as torres desabaram sobre eles.

Para as famílias dos policiais e bombeiros soterrados pelas torres, a culpa foi de Giuliani. Ele poderia ter equipado os bombeiros e policiais nova-iorquinos com equipamentos de última geração. Mas os republicanos achavam que o Estado não deve gastar dinheiro.

Por isso, Giuliani tem um ponto fraco para empanar a glória do que em que posou como presidente dos EUA. Jogar a culpa nos outros é uma boa maneira de desviar a atenção da sua.

Em ocasiões anteriores, Giuliani não quis responsabilizar Clinton nem Bush pelos atentados de 11/9. Disse que a culpa foi dos terroristas.

Depois dos atentados contra as embaixadas dos EUA no Quênia e na Tanzânia, em 1998, Clinton mandou bombardear uma fábrica no Sudão e bases da rede terrorista Al Caeda no Afeganistão. Mas foi apenas um bombardeio aéreo. Faltou consistência à ação. Parecia que Clinton estava apenas dando uma satisfação ao povo americano para dizer que tinha reagido.

A realidade é que ninguém dava importância a um inimigo não-governamental com recursos supostamente limitados. Ossama ben Laden declarou guerra aos EUA e ao Ocidente mas não foi levado a sério.

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