quarta-feira, 23 de maio de 2007

Programa nuclear do Irã desafia a ONU, diz AIEA

A República Islâmica do Irã não apenas ignorou o ultimato do Conselho de Segurança das Nações Unidas para suspender o enriquecimento de urânio, mas ampliou seu programa nuclear, diz um relatório da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão da ONU, divulgado hoje.

O Irã acaba de ignorar o segundo ultimato do Conselho de Segurança da ONU, que aprovou em 24 de março novas sanções contra o regime dos aiatolás, dando prazo de 60 dias para o país parar de enriquecer urânio.

"O Irã não suspendeu suas atividades relacionadas ao enriquecimento", diz o relatório. "O Irã continuou a operação de sua fábrica-piloto de enriquecimento e a construção de uma unidade de enriquecimento em escala industrial. Começou a alimentar cascatas de centrífugas com gás de UF6 [gás de urânio]. O Irã também continuou seus projetos com água pesada".

A quantidade de gás de urânio que as cascatas de centrífugas podem receber ainda é insuficiente para enriquecer urânio a 80%-90% de urânio-235, teor necessário para a fabricação de bombas atômicas. Mas o diretor-geral da AIEA, o diplomata egípcio Mohamed ElBaradei, já admitiu que o Irã já rompeu a barreira tecnológica. A capacidade nuclear é uma questão de tempo.

"A menos que o Irã resolva os problemas de fiscalização e implemente as medidas de transparência requeridas, a Agência não será capaz de reconstruir completamente a história do programa nuclear do Irã nem fornecer garantias de ausência de material ou atividades nucleares não-declaradas no Irã ou sobre a natureza pacífica do programa", conclui o relatório.

Simplesmente a AIEA está dizendo que não tem condições de inspecionar o programa nuclear iraniano, reforçando a suspeita de que seu objetivo final é a produção de armas nucleares.

Ao mesmo tempo, o novo presidente da França, Nicolas Sarkozy, reproduz a mensagem americana de que "não será permitido que o Irã tenha armas nucleares". Os Estados Unidos têm dois grupos de combate naval liderados por porta-aviões no Golfo Pérsico. Enquanto negociam, mantêm a opção de uso da força.

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