terça-feira, 22 de maio de 2007

Futuro do Líbano arde em chamas

Mais uma vez o Líbano está à beira da guerra civil.

Pelo menos 80 pessoas morreram no domingo e na segunda-feira, 20 e 21 de maio, quando o Exército cercou e atacou com tanques e artilharia o campo de refugiados palestinos de Nahr al-Bared, perto de Trípoli, a segunda maior cidade do país, onde se entrincheirou o grupo fundamentalista Fatah al-Islam, ligado à rede terrorista Al Caeda.

Por trás de mais este conflito no Líbano, está a votação nesta semana pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas de uma resolução criando um tribunal internacional para julgar os acusados pela morte do ex-primeiro-ministro libanês Rafik Hariri, assassinado em 14 de fevereiro de 2005. A proposta tem o apoio do governo pró-ocidental do primeiro-ministro Fouad Siniora. Mas a Síria e a oposição muçulmana, liderada pela milícia fundamentalista xiita Hesbolá (Partido de Deus), são contra.

A violência explodiu quando as forças de segurança revistaram esconderijos da Fatah al-Islam domingo na busca de assaltantes de banco.

O grupo Fatah al-Islam surgiu em novembro passado como dissidência da Fatah al-Intifada. Esta por sua vez é uma dissidência da Fatah (Luta), partido do presidente palestino, Mahmoud Abbas, criada em 1983 com o apoio da Síria. O palestino Chaker al Absi, saiu de uma prisão síria em 2006 e fundou a Fatah al-Islam.

Entre os mortos nos combates de domingo, estava um acusado de um atentado fracassado contra um trem na Alemanha, levantando a suspeita de que o campo seja um centro de treinamento de terroristas.

Já é o pior conflito no Norte do Líbano desde a Guerra Civil Libanesa (1975-1990) e a maior onda de violência no país desde a guerra de Israel contra o Hesbolá em julho e agosto do ano passado. É mais um golpe num país em crise permanente.
Há duas grandes linhas de ruptura da sociedade libanesa, dentro do clima de conflagração generalizada no Oriente Médio provocado pela invasão do Iraque pelos Estados Unidos: uma divisão entre o governo apoiado pelo Ocidente, de um lado, e a oposição majoritariamente liderada pelo Hesbolá, do outro; e o problema histórico com a Síria, que não aceita a independência libanesa.

Leia a íntegra na minha coluna no Baguete.

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