quinta-feira, 8 de março de 2007

Radicais vencem eleições na Irlanda do Norte

Dois partidos radicais ganharam as eleições de ontem e hoje na Irlanda do Norte, dificultando a formação de um governo de união entre protestantes e católicos para que o Reino Unido transfira mais uma vez o poder para a província.

Entre os protestantes, que são maioria entre os 2 milhões de norte-irlandeses, venceu o Partido Unionista Democrático, do reverendo Ian Paisley. O problema é que ele se nega a negociar com o Sinn Féin, partido político ligado ao Exército Republicano Irlandês (IRA), que luta pelo fim do domínio britânico sobre a província do Úlster.

Com 30% dos votos, o PUD conquistou 36 cadeiras na Assembléia da Irlanda do Norte, contra 28 para o SF, que teve 26% da votação, e 18 para os Unionistas do Úlster, que assinaram o Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa pela comunidade protestante. O Partido Trabalhista e Social-Democrata, católico moderado, cujo ex-líder, John foi o grande articulador das negociações entre o movimento republicado e o governo de Londres que levaram ao primeiro cessar-fogo do IRA em 1994 e ao processo de paz, elegeu apenas 16 deputados. Partidos menores, quase todos moderados, ficaram com 10 cadeiras.

Pelo Acordo de Paz da Sexta-Feira Santa, assinado em 9 de abril de 1998, não sendo possível formar um governo de união nacional, a Irlanda do Norte continua sendo governada diretamente por Londres. Um dos principais líderes do Sinn Féin, Martin McGuinness, sugeriu que, se Paisley se negar a formar governo com seu partido, os governos do Reino Unido e da Irlanda assumam a administração da Irlanda do Norte.

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