sábado, 3 de março de 2007

Política ambiental de Bush aumenta emissões

Enquanto a Europa promete reduzir em 20% a emissão dos gases que provocam o aquecimento da Terra, a política ambiental do presidente George Walker Bush, que até há pouco negava a influência humana sobre o chamado efeito estufa, provocará um aumento de 11% de 2002 a 2012, afirma um documento a ser encaminhado às Nações Unidas revelado hoje pelo jornal The New York Times.

O Relatório de Ação sobre o Clima afirma que os Estados Unidos estão a caminho de atingir o objetivo proposto por Bush num discurso em 2002: o aumento das emissões será inferior ao crescimento da economia americana. Mas para especialistas em clima e política ambiental, o aumento projetado para as emissões é inaceitável, diante das ameaçadas associadas ao aquecimento da Terra, como tempestades mais violentas, secas e inundações, quebra de safras, falta d'água e elevação do nível dos mares.

"Como governador do Texas e candidato à Casa Branca, o presidente apoiou limites obrigatórios para emissões de dióxido de carbono", o maior vilão do efeito estufa, lembra David Conover, ex-diretor do Programa de Tecnologia de Mudança do Clima até fevereiro de 2006, é hoje conselheiro da Comissão Nacional de Política de Energia, um grupo de pesquisas bipartidário.

"Quando ele anunciou a meta de seu programa voluntário de redução dos gases que provocam o efeito estufa, em 2002, disse que seria reavaliada à luz do desenvolvimento da ciência. Agora", acrescenta Conover, "a ciência pede claramente medidas obrigatórias que estabeleçam um preço pela emissão dos gases que provocam o efeito estufa".

O documento é revelado no momento em que aumenta a pressão da opinião pública por uma ação efetiva contra o aquecimento da Terra. O ex-vice-presidente Al Gore, derrotado por Bush em 2000, acaba de ganhar um Oscar pelo filme documentário Uma Verdade Inconveniente, que discute a questão.

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