quarta-feira, 14 de março de 2007

Líder d'al Caeda confessa culpa por 11 de setembro

O suposto arquiteto dos atentados de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos, o paquistanês Khaled Cheikh Mohamed, confessou sua responsabilidade pela ação terrorista, afirma o governo americano em transcrições oficiais censuradas das audiência do tribunal militar de exceção instalado na base naval americana de Guantânamo, em Cuba.

"Fui responsável pelas operações de 11 de setembro de A a Z", admitiu ele em audiência realizada no sábado passado. "Eu era o diretor operacional nomeado pelo xeque Ossama Ben Laden para organizar, planejar, acompanhar e executar a operação de 11 de setembro".

Khaled Cheikh Mohamed também assumiu a responsabilidade por 29 ataques terroristas, inclusive contra o World Trade Center em 1993, pelo atentado contra um bar em Báli, na Indonésia, em 12 de outubro de 2002, e por duas tentativas de explodir aviões usando sapatos-bomba.

Segundo o Departamento da Defesa dos EUA, Mohamed declarou ter tentado matar o papa João Paulo II, os ex-presidentes americanos Jimmy Carter e Bill Clinton, e o ditador do Paquistão, Pervez Musharraf. Afirmou ainda ter degolado pessoalmente o jornalista judeu americano Daniel Pearl. Comparou-se a George Washington e lamentou a morte civis mas disse que "guerra é assim mesmo, morre muita gente". Planejou ataques contra os aeroportos de Los Angeles e de Londres, a Torre de Sears, em Chicago, o Empire State Building, em Nova Iorque, e o Parlamento Britânico.

Mohamed foi preso no Paquistão em março de 2003 e entregue aos EUA, que o levaram para a base de Guantânamo junto com outros 13 prisioneiros de guerra considerados de "alto valor" na luta contra o terrorismo. Serão os primeiros a ser julgados nos tribunais militares de exceção que o governo George Walker Bush criou alegando que os presos na guerra contra o terrorismo são "combatentes ilegais", por não pertencerem a exércitos regulares, não se submeterem a uma cadeia de comando nem usarem uniforme, apesar dos protestos internacionais.

O governo americano lhes nega o direito ao tratamento previsto nas Convenções de Genebra e também o de recorrer à Justiça comum dos EUA, alegando que um julgamento público exporia táticas e métodos empregados pelos americanos na luta contra o terror. Esses métodos incluem tortura e seqüestro de suspeitos. Khaled Cheick Mohamed reclamou ter sido torturado.

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