segunda-feira, 8 de janeiro de 2007

Arcebispo polonês cai por ter sido espião comunista

A pedido do papa Bento XVI, o novo arcebispo de Varsóvia, Stanislaw Wielgus, renunciou no domingo depois de admitir que colaborou com a polícia política do regime comunista, o que criou grande constrangimento para o Vaticano e para a poderosa Igreja Católica da Polônia. Durante 20 anos, a partir do final dos anos 60, ele passou ao regime comunista informações sobre seus colegas.

Em vez da cerimônia que o consagraria como arcebispo da capital polonesa, Wielgus aproveitou a missa especial na Catedral de Varsóvia para anunciar sua saída: "De acordo com o Direito Canônico, submeto a Sua Santidade minha renuncia como Arcebispo Metropolitano de Varsóvia".

Depois de negar diversas vezes, na sexta-feira, ele admitiu ter sido informante da polícia do regime comunista. Na semana passada, uma comissão especial criada pela Igreja Católica da Polônia conclui que Wielgus colaborou com o regime anterior, durante a Guerra Fria.

Stanislaw Wielgus, de 67 anos, fora nomeado pelo papa arcebispo de Varsóvia em 6 de dezembro, em substituição ao cardeal Josef Glemp, o grande líder moral do catolicismo polonês depois da morte do papa João Paulo II, no ano passado. Glemp, que volta provisoriamente ao cargo, pediu que Wielgus não seja julgado com muita dureza, já que muitos poloneses tiveram de ceder e se acomodar diante da tirania stalinista.

A Polônia continua lutando com os fantasmas do passado.

Durante a Guerra Fria, a Igreja foi um dos focos de resistência na luta contra o comunismo. Mas os pesquisadores que estudam este passado sombrio estimam que pelo menos 10% dos clérigos católicos colaboraram com o regime comunista.

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