sábado, 25 de novembro de 2006

Ativismo de Chávez provoca crise com Argentina

O governo da Argentina espera que o embaixador da Venezuela, Roger Capella, não volte mais para o posto em Buenos Aires. Seu retorno seria encarado como um desafio do presidente venezueluano, Hugo Chávez, a seu colega argentino, Néstor Kirchner.

"Kirchner não pediu sua remoção mas deixou claro a Chávez que as ações de Capella pegaram mal", disse um alto funcionário argentino ao jornal La Nación.

Entre outras coisas, o embaixador venezuelano financiou grupos de esquerda como o Partido Comunista, os piqueteiros da Federação Terra e Moradia, liderados por Luis D'Elia, e incentivou os movimentos sociais a pressionar o governo em defesa do Irã, país aliado de Chávez que é acusado pelo atentado terrorista que matou 98 pessoas num central cultural israelense em 1994.

Além disso, o governo argentino deplora diversos atos de "diplomacia ativa" da Venezuela, como a distribuição de ajuda e conferências acadêmicas para promover sua "revolução bolivarista". Kirchner está mais interessado em manter boas relações com os Estados Unidos e Israel.

O governo Kirchner afirma que o Caso Capella não afetará as relações bilaterais mas elas devem se limitar a questões econômicas: Mercosul, os bônus argentinos comprados por Chávez, petróleo e gás.

Na Casa Rosada, sede do governo argentino, atribui-se as iniciativas de Capella a uma disputa de poder interna do chavismo em que ele representaria a esquerda mais radical. O embaixador articulou a Contracúpula das Américas, em novembro passado, em Mar del Plata, da qual participaram Chávez e um deputado kirchnerista.

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