domingo, 22 de outubro de 2006

Bomba norte-coreana sela parceria China-EUA

O teste nuclear da Coréia do Norte serviu para aproximar ainda mais a China dos Estados Unidos, hoje as principais forças da economia mundial mas que ainda têm várias desconfianças entre si.

Durante a campanha eleitoral de 2000, o então candidato George W. Bush disse que a China era uma "competidora estratégica" e não uma "parceira estratégica", como apregoava o governo Bill Clinton. Pouco depois da posse de Bush, houve um incidente em que os EUA derrubaram um avião chinês, provocando uma crise entre os dois países.

Com os atentados de 11 de setembro de 2001, os EUA passaram a tolerar a repressão chineses aos muçulmanos da província de Kachgar, no Oeste da China, entre outras violações dos direitos humanos. Mas é na Coréia do Norte que os EUA mais precisam do apoio chinês.

Até agora, a China vinha usando a questão norte-coreana como uma cartada especial para jogar com os EUA. O regime chinês não tinha interesse numa solução da crise na Coréia do Norte para não perder esta cartada para negociar com os americanos.

A explosão da bomba norte-coreana muda a situação radicalmente porque o Japão pode ser tentado a desenvolver armas nucleares, o que alteraria completamente o equilíbrio de forças no Leste da Ásia. Isto une os EUA e a China, as duas maiores potências militares da região. Nenhuma tem interesse na nuclearização do Japão.

Com a visita da secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, a Beijim, a parceria está consolidada. Precisa agora funcionar para conter a Coréia do Norte.

Ao relutar em aprovar as sanções contra a Coréia do Norte, a China alegou que com o aumento de seu poder aumentam também suas responsabilidades. A China superpotência começa a assumir as responsabilidades inerentes a seu novo status.

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