domingo, 2 de julho de 2006

EUA fazem planos para Cuba pós-Fidel

Os Estados Unidos precisam estar preparados para influenciar a transição em Cuba após a morte do presidente Fidel Castro porque os primeiros seis meses serão decisivos para que o país se torne uma democracia, recomenda um relatório do governo George Walker Bush preparado pela Comissão para Ajudar uma Cuba Livre, co-presidida pela secretária de Estado, Condoleezza Rice, e o secretário do Comércio, Carlos Gutierrez.

A comissão foi criada em 2003 para influenciar o destino da Cuba pós-Fidel. O ditador cubano está no poder desde 1959. Completa 80 em 13 de agosto sem dar sinais de que vá deixar o cargo, apesar da idade. O sucessor designado é seu irmão e ministro da Defesa, Raúl Castro.

A permanente tensão entre os EUA e o regime cubano aumentou recentemente quando os americanos colocaram painéis luminosos com mensagens anticastristas. Em retaliação, Cuba cortou a energia elétrica da representação americana.

O relatório diz que os EUA "precisam estar preparados para garantir que terão condições de dar assistência técnica dentro de duas semanas depois de ficar claro que a transição está em andamento em Cuba". Entre as maiores preocupações, estão assistência de saúde, abastecimento de água, treinamento de juízes e da polícia.

"Os primeiros 180 dias serão críticos e podem significar a diferença entre uma transição bem-sucedida e passos errados que retardaram a transição democrática em outros países", afirma o documento. Ele propõe a criação de um "fundo democrático" de US$ 80 milhões para fortalecer a sociedade civil, a oposição a Fidel Castro e o fluxo da informação, que receberia pelo menos US$ 20 milhões por ano enquanto a democracia não estiver consolidada. Isto aconteceria quando todos os presos políticos estiverem livres, toda atividade política for legalizada, houver eleições democráticas e o estabelecimento de uma imprensa livre.

"Apesar do planejamento para uma transição concreta, é mais provável que depois da saída de Fidel Castro termos um governo socialista que vai decidir como e quando serão feitas reformas poíticas", prevê Philip Peteres, professor do Instituto Lexington, na Virgínia, acrescentando que a normalização de relações entre os EUA e Cuba exigirá muito mais tempo.

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