terça-feira, 13 de junho de 2006

Procurador não denuncia marqueteiro de Bush

Num alívio para o governo George W. Bush e o Partido Republicano, o procurador especial Patrick Fitzgerald informou à Casa Branca que não apresentará denuncia contra o subchefe da Casa Civil para política eleitoral, Karl Rove, no processo sobre o vazamento do nome de uma agente da CIA (Agência Central de Inteligência) cujo marido fizera um relatório desmentindo uma suposta tentativa de compra de urânio pelo Iraque no Níger.

O chefe de gabinete do vice-presidente Dick Cheney, Lewis Libby, foi denunciado em outubro passado no mesmo processo, por falso testemunho, conspiração e obstrução de justiça.

Depois de uma dica do serviço secreto italiano em outubro de 2001, no início de 2002 o embaixador Joseph Wilson foi ao Níger investigar a suspeita de que Saddam Hussein estaria tentando comprar urânio, combustível nuclear. Ele concluiu que a alegação era falsa. Mas o presidente Bush citou a suposta tentativa de compra de urânio no discurso sobre o Estado da União de janeiro de 2003.

Dois meses depois, o Iraque foi invadido e não foram encontradas as supostas armas de destruição em massa de Saddam Hussein que justificaram a intervenção militar. Em junho, Wilson publicou artigo no jornal The New York Times contando a sua versão da história.

Logo em seguida, a Casa Branca deixou vazar o nome de sua mulher, Valerie Plame, uma agente da CIA que, na opinião do vice-presidente Cheney teria influenciado o marido. Como revelar o nome de um agente secreto americano é crime nos EUA, foi aberto inquérito judicial.

Um repórter da revista Time revelou sua fonte e Judith Miller, do NY Times, chegou a passar 80 dias na cadeia por se negar a depor para não revelar sua fonte. Nada aconteceu com o comentarista conservador Robert Novak que deu a notícia.

Desde que Libby foi denunciado, em outubro passado, havia o temor de que Rove seria o próximo. Agora o procurador anunciou que não oferecerá denúncia contra ele. Um alívio para Bush e os republicanos, que precisam enfrentar eleições em 7 de novembro nas quais podem perder a maioria na Câmara e no Senado.

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