quarta-feira, 28 de junho de 2006

Coréia do Norte faz chantagem atômica

No momento em que os Estados Unidos pressionam a Coréia do Norte e o Irã a não fabricar armas nucleares, o historiador Martin van Creveld, professor da Universidade Hebraica de Jerusalém, declara no Rio de Janeiro que “o Brasil deve desenvolver capacidade nuclear para fazer a bomba, caso seja necessário um dia”. A Coréia do Norte está sob intensa pressão internacional para não testar um míssil de longo alcance capaz de atingir o território americano.

Durante uma série de palestras na Escola de Guerra Naval, o professor Van Creveld advertiu que no futuro qualquer país de porte médio será capaz de fabricar mísseis e colocar neles ogivas nucleares. Não considera isto uma má notícia. Acredita que as potências nucleares têm mais responsabilidade e evitam entrar em guerra. Assim, um mundo com maior disseminação de armas nucleares seria mais estável.

Para a professora Maria Regina Soares de Lima, do Instituto Universitário de Pesquisas (Iuperj) da Universidade Cândido Mendes, ao invadir o Iraque sob a alegação de que o país tinha armas de destruição em massa, o presidente dos Estados Unidos, George Walker Bush, “criou um dilema de segurança”. A maior garantia de que um país não será atacado é ter armas de destruição em massa, de preferência nucleares.

O professor israelense entende que o sinal foi dado muito antes: “Um ministro da Defesa da Índia me perguntou: sabe qual a grande lição da Guerra do Golfo de 1991? Se você entrar em guerra com os EUA, tenha certeza de adquirir armas nucleares antes.”

A atitude relutante dos EUA quanto ao que fazer contra a Coréia do Norte e o Irã, países que Bush colocou num “eixo do mal” no discurso sobre o Estado da União, em janeiro de 2002, é outro sinal de que potências nucleares têm outro status e merecem muito mais respeito. Seu poder de barganha é muito, muito maior.

Um novo estudo divulgado na segunda-feira, 26 de junho, indica que, durante o governo Bush, a Coréia do Norte, que já declarou ter a bomba embora não tenha feito testes, teria 17 bombas atômicas a mais do que tinha quando ele chegou ao poder, em janeiro de 2001. O relatório foi feito pela ex-inspetor de armas das Nações Unidas David Albright com base na imagens de satélite sobre os cinco reatores da central nuclear de Ionguibiom, reportagens jornalísticas e declarações de altos funcionários norte-coreanos.

Leia o artigo completo na minha coluna em www.baguete.com.br.

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