sexta-feira, 7 de abril de 2006

Pesquisas dão resultados diferentes no Peru

A eleição presidencial do próximo domingo, 9 de abril, no Peru entra na reta final totalmente indefinida. Uma pesquisa dá a vitória ao candidato nacionalista Ollanta Humala, um ex-oficial golpista apoiado pelo presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Outra, à direitista Lourdes Flores, do Partido Social-Cristão.

Deve haver segundo turno e há um complicador a mais. O ex-presidente Alan García, da Aliança Popular Revolucionária Americana (APRA) cresceu nos últimos dias e pode conquistar uma das vagas para o segundo turno, em maio. Pelas pesquisas, tanto Flores quanto García bateriam Humala na segunda votação.

Na sondagem da Companhia Peruana de Pesquisas de Mercado, Lourdes Flores aparece em primeiro com 27,6% das preferências contra 25,9% de Humala e 24,9% para García, o que deixa os três praticamente empatados.

Para explicar a queda do candidato nacionalista em quase seis pontos em relação à pesquisas anterior, Manual Saavedra, presidente da empresas que fez a pesquisa, mencionou os ataques ligando Humala a Vlademiro Montesinos, chefe dos serviços de segurança dos governos Alberto Fujimori, denunciado por dezenas de mortes.

Humala teria participado das “rondas” dos esquadrões de assalto de Fujimori e Montesinos durante a campanha para acabar com o grupo maoísta e polpotiano Sendero Luminoso, em que morreram quase 70 mil pessoas.

Outra pesquisa, do instituto Apoyo, o mais prestigiado do Peru, foi publicada no jornal El Universal, do México. Não deveria ter sido publicada no Peru porque foi encomendada por uma empresa privada interessada apenas em avaliar a situação política interna e não em revelá-la ao público.

Nesta pesquisa, Humala folga na liderança, com 33%, seguido de Alan García com 23% e Lourdes Flores com 22,8%, em empate estatístico.

O presidente Alejandro Toledo advertiu que se alguém quiser fechar o Congresso ou dissolver o Poder Judiciário o povo peruano sairá às ruas para defender a democracia. A declaração foi considerada uma agulhada em Humala, que prega uma reforma do Estado com convocação de uma Assembléia Constituinte que atuaria paralelamente ao atual Congresso.

Nenhum comentário: