domingo, 16 de abril de 2006

Memorando do Pentágono rebate críticas de generais a Rumsfeld

O Departamento da Defesa dos Estados Unidos divulgou um memorando respondendo às críticas de seis generais da reserva ao secretário Donald Rumsfeld pela condução da guerra no Iraque, especialmente de ignorar conselhos e advertências de oficiais superiores.

No documento de uma página enviado por email na sexta-feira para um grupo de oficiais, o Pentágono afirma que "as altas lideranças militares estão envolvidas num grau sem precedentes no processo de decisão no Departamento da Defesa". Acrescenta que Rumsfeld participou de 139 reunião do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA e de 208 encontros com os principais comandantes em ação. E pede aos oficiais da reserva que defendam o secretário.

Horas antes do presidente George Walker Bush renovar seu apoio ao secretário, na sexta-feira, dois importantes generais da reserva, Richard Myers, que chefiou o Estado-Maior, e Tommy Franks, responsável pelas operações na invasão do Iraque, criticaram seus colegas. Alegaram que a discussão pública dos problemas da guerra não ajuda os soldados na frente de combate.

No sábado, mais um general da reserva pediu a demissão de Rumsfeld. Wesley Clark foi comandante militar da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e responsável pela Guerra do Kosovo (1999). Disputou a candidatura democrata à eleição presidencial de 2004.

Com a guerra e o presidente Bush cada vez mais impopulares, dois líderes republicanos próximos à Casa Branca manifestaram ao jornal The New York Times preocupação com a crise. Comentaram que a demissão de Rumsfeld seria boa para o Partido Republicano nas eleições de novembro deste ano.

Logo no início da guerra, Rumsfeld foi criticado por usar apenas a metade do contingente pedido pelos generais para invadir o Iraque: 700 mil homens. Com o rápido avanço rumo a Bagdá, a rota de suprimento ficou desguarnecida. Mas a vitória rápida sobre Saddam Hussein abafou as críticas.

O Pentágono assumiu o controle da reconstrução do Iraque, com resultados até agora catastróficos. Até hoje o país não tem um mínimo de segurança e seus habitantes não têm acesso regular nem a água e energia.

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