terça-feira, 4 de abril de 2006

Favorito na Itália promete retirar tropas do Iraque já

O líder da oposição na Itália, Romano Prodi, ex-presidente da Comissão Européia, órgão executivo da União Européia, afirmou na segunda-feira, 3 de abril, que vai retirar imediatamente as tropas italianas do Iraque, se vencer as eleições de 9 e 10 de abril. Ele tem uma vantagem nas pesquisas de três a cinco pontos percentuais.

Já o primeiro-ministro conservador Silvio Berlusconi, que também prometeu a retirada do Iraque, guardou uma carta na manga. Na sua última intervenção no segundo e último debate entre os candidatos a chefiar o próximo governo da Itália, sem dar chance de réplica ao adversário, prometeu acabar com o odiado imposto sobre bens imóveis.

Com as pesquisas indicando que um terço do eleitorado ainda está indeciso, os dois candidatos foram agressivos, gerando um debate tenso, marcado por ataques pessoais. Prodi acusou Berlusconi, o homem mais rico da Itália, de dividir o pais e arruinar a economia. Prometeu “harmonia e justiça social”.

Numa pesquisa do jornal La Stampa, 80% deram a vitória no debate a Prodi, contra 19% para o primeiro-ministro.

Consciente de que era a última chance de tirar a desvantagem nas pesquisas, Berlusconi acusou Prodi de representar a “esquerda comunista” e tentou explorar as contradições da coligação oposicionista sobre política fiscal. Depois de insistir que haverá aumento de impostos em caso de vitória de Prodi, guardou para o último momento sua proposta de cortar impostos.

Na feroz troca de acusações, Prodi citou o escritor irlandês Bernard Shaw para dizer que "Berlusconi se apóia nos números como os bêbados se agarram a um poste: não para buscar a luz mas para não cair". O primeiro-ministro chamou de um "idiota útil da esquerda" manipulado por seus "sócios comunistas".

Prodi prometeu baixar os custos trabalhistas para recuperar a economia e admitiu que vai restaurar o imposto sobre herança “mas só para quem ganhar milhões de euros”. Alegou que a economia está estagnada enquanto o governo aumenta os gastos públicos.

“Não se pode governar com esta mentalidade de que vai tudo mal”, retrucou o primeiro-ministro. “É preciso parar de falar mal da Itália.”

Homem mais rico da Itália, com uma fortuna estimada em US$ 12 bilhões, o Cavalheiro Berlusconi entrou na política em 1994 no vazio criado pelo desaparecimento dos partidos de centro-direita, sobretudo da Democracia Cristã, depois dos escândalos de corrupção revelados pela Operação Mãos Limpas.

Dono da Fininvest, segunda maior empresa italiana depois da Fiat, e da maior rede de televisão privada, usou-a para se promover. Presidente do clube de futebol Milan, adotou inicialmente como nome de seu partido o grito de guerra da torcida italiana: “Forza, Itália!” (Força, Itália). Articulou então uma frente com a Aliança Nacional, neofascista, e a Liga Norte, que pretendia criar um novo pais, a Padânia, separando o Norte rico do Sul pobre.

Meses depois de fundada, a Forza Itália ganhou as eleições de março de 1994 como líder do Pólo da Liberdade. Berlusconi governou de abril a dezembro de 1994, caindo pela divisão interna no governo. Em 1996, foi derrotado por Romano Prodi, tornando-se líder da oposição até 2001, quando retornou ao poder, onde está até hoje, um recorde para um primeiro-ministro da Itália, que teve mais de 50 governos desde 1945.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá Jobim, tudo bem?
Parabéns pelo seu Blog!
Está lincado no nosso www.aposapos.zip.net
Inclusive tem você lá!
Apenas, senti muita falta de imagens.
Bom, também soufotógrafo e por vezes fico numa relação difícil entre texto e imagens.
Porém, penso que vale a pena tentar colocar algumas.
De qualquer forma está muito bem construído e com links maravilhosos!
Abraços