quarta-feira, 8 de março de 2006

Candidato nacionalista peruano rejeita erradicaçao da coca e ajuda dos EUA

O candidato ultranacionalista à Presidência do Peru, Ollanta Humala, que em 2000 liderou uma tentativa de golpe contra o então presidente Alberto Fujimori, prometeu acabar com o programa de "erradicação compulsória da folha de coca" e renunciar à ajuda americana no combate às drogas, expulsando do país os agentes da agência antidrogas dos Estados Unidos, a DEA (Drug Enforcement Agency).

Durante visita a uma plantação de coca em Quimbiri, no departamento de Cuzco, nos Andres peruanos, Humala declarou que estas seriam medidas prioritárias de seu governo. A cidade fica nos vales dos rios Apurímac e Ene, numa região onde está a metade dos 34 mil hectares cultivados com coca no Peru. De lá, estimam as autoridades antinarcóticos, sai a matéria-prima para a produção de 87 toneladas de cloridrato de cocaína por ano.

Na linha do recém-eleito presidente boliviano Evo Morales, presidente do Movimento ao Socialismo e líder sindical dos plantadores de coca, que teve a ajuda antiterrorismo cortada pelos EUA, Humala afirmou que "a folha de coca não é uma droga". Ele disse que é a favor "da substituição por outros cultivos rentáveis" para que o agricultor "não perca".

Humala prometeu manter os vôos de combate a aviões usados por traficantes internacionais mas sob o controle da Força Aérea do Peru e não da DEA. Grande zebra da corrida presidencial peruana, Humala deve ir para o segundo turno das eleições presidenciais de 9 de abril com a candidata direitista Lourdes Flores. Sua vitória somaria mais um aliado para o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, e sua proposta de uma revolução bolivarista e antiamericana.

O Peru é o maior produtor mundial de folha de coca, com cerca de 50% da produção, seguido pela Bolívia com cerca de 30%/

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